Assentada procura a DPPA e denuncia cárcere privado e agressões sofridas

Vítima, com quatro filhos, teve que ser encaminhada para atendimento médico durante o registro da ocorrência

A vítima relatou aos policiais que o marido tentou lhe agredir e que somente foi contido depois que um amigo da família resolveu intervir a favor dela

Mais uma vítima de violência doméstica rompeu o sofrimento de anos e resolveu procurar ajuda da Polícia Civil, após mais um episódio de agressão causada pelo atual marido.

Segundo ocorrência registrada na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), no fim de semana, a vítima de 32 anos denunciou o marido e agressor por cárcere privado, entre outros danos vividos em14 anos de silêncio e humilhações.

Pelas informações apuradas, através do plantão policial, o agressor, de 36 anos, cometeu seu último ato de violência doméstica recentemente, quando sua esposa teria comprado de uma vizinha um par de brincos e uma pulseira, no valor de R$11,00. A vítima relatou aos policiais que o marido tentou lhe agredir e que somente foi contido depois que um amigo da família resolveu intervir a favor dela.

Com quatro filhos e morando em um assentamento na zona rural de Livramento, a vítima estava desesperada em voltar para casa no fim de semana, pois mais uma vez havia sido ameaçada pelo agressor que soube que ela havia ido para a cidade sozinha.

Na ocorrência policial, a vítima disse que era proibida pelo marido de sair de casa e somente o fazia na companhia dele, e que também trabalha na lavoura e no campo, além de toda a lidade casa. Segundo ela, o agressor passa os dias sem fazer nada e deitado olhando televisão, obrigando a vítima a manter relações sexuais com ele, e que todo o dinheiro adquirido com a venda dos produtos pela família fica com ele.

A denúncia foi registrada na DPPA, na sexta-feira (8), por volta das 15h, e o que poderia ter sido um momento de alívio para a vítima, acabou gerando mais preocupação. Ela teve que ser encaminhada para atendimento médico no pronto-socorro da Santa Casa, após perceber a dificuldade que os plantonistas estavam encontrando de conseguir dar um encaminhamento a sua situação, após ligação feita para o Centro de Referência da Mulher, sem obterem contato com ninguém. “Não temos muitas opções de encaminhamento para este tipo de vítima e o local mais adequado seria o Centro de Referência da Mulher. Mas o mesmo está funcionando até as 13h30, e não conseguimos falar com outro responsável pelo setor. No local, apenas o Conselho Tutelar estava com atendimento. Assim, fica bem difícil. A vítima, quando soube que poderia voltar para junto do agressor, entrou em choque e teve que ser encaminhada para atendimento médico”, disse uma policial do plantão.

Após vários telefonemas realizados pelo plantão da DPPA, na tentativa de encaminhar a vítima para algum órgão municipal, o vereador Jansen Nogueira Charopen foi contatado e conseguiu mobilizar a assistente social Luci Marli Vieira, que, acompanhada da conselheira tutelar Alcina da Rosa, iniciou o atendimento do caso. 

Secretaria de Assistência Social 

Em contato com o secretário municipal de Assistência e Inclusão Social, Leonor Gonçalves, ele confirmou que o Centro de Referência da Mulher realmente mantém atendimento até as 13h30, mas que existe um plantão para casos de emergência. “A atual coordenadora está de férias, mas temos atendimento diário, até as 13h30. Temos uma espécie de plantão e o Lar de Meninas que dá atendimento 24 horas, onde a vítima poderá ficar até resolver o caso”, destacou o secretário.

Questionado, ainda, sobre o plantão, o secretário frisou que os órgãos de segurança possuem os referidos telefones. “Não deixamos de atender a ninguém e, inclusive, o meu telefone está disponível: (55) 8443-9630. Mas ninguém entrou em contato comigo”, explicou Gonçalves.

O secretário disse que estaria acompanhando o caso e o seu encaminhamento.

 

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