Jovem Centenário

A Martins Livreiro -Editora tem sido incansável ,desde sua fundação, no lançamento de obras identificadas com a cultura do Rio grande do Sul.Grande parte das obras de autores gauchos, alimentadas com a vivencia ou observação da vida campeira,permaneceriam inéditas se não fosse o dinamismo do catálogo da editora. Expressivo numero de autores gauchos não só editam seu livros na Martins como a transformaram na extensão de suas casas para trocar idéias com outros colegas de profissão.Eu mesmo conheci muitos autores gauchos no antigo endereço da editora,na Rua Riachuelo, proximidades da Praça da Matriz.E certamente conhecerei outros porque ali, o Ivo Almansa,ex-proprietário da Martins Livreiro, continua vendendo livros em profusão. São tantos titulos oferecidos aos leitores que, a rigor,já faltam espaços para outros que continuam chegando.

Pois, esta semana, adquiri um dos novos lançamentos da Martins Livreiro, intitulado “O Correio do Povo e Eu-Recordações”, de Franciso Pereira Rodrigues.O livro reune crônicas do autor publicadas há vários anos quando o autor dividia seu tempo escrevendo para o jornal e exercendo a função de fiscal do Tesouro Estadual em várias cidades gauchas. Em uma delas,Farroupilha, foi vereador e,em outra,General Câmara,foi prefeito municipal.Sempre ligado à politica partidária, Francisco idealizou e relatou o Primeiro Congresso de Vereadores do Brasil, realizado em Itaqui.

Exemplo de Vida

Na verdade, Francisco Pereira Rodrigues é testemunha privilegiado da história riograndense, brasileira e universal.Do alto dos seus 98 anos, acompanhou o desenrolar de fatos marcantes na história do mundo contemporâneo. Se quisesse escreveria um livro precioso com as suas memórias.Ainda não decidiu fazê-lo,mas se mudar de idéia ficaremos agradecidos.Tenho certeza que não lhe faltarão tempo e disposição para enfrentar o novo desafio.Quase centenário, Francisco Pereira Rodrigues está com boa saúde e lucidez invejável. E continua exercendo a profissão de advogado, com a entrega de um jovem recem instalado na sua banca. Esse exemplo de vida é tão significativo como o livro que Francisco escreveu,a familia que constituiu,a profissão que abraçou e a santa devoção a politica no seu elevado idealismo.

É um exemplo principalmente para homens e mulheres que se acovardam diante da passagem do tempo,como se sentissem o peso de um esmagamento.E que,uma vez aposentados,não encontram mais nada para fazer,como se lhes faltassem razões para viver.No meu bairro,na minha rua,observo com irritação esse tipo de desistencia diante da vida protagonizado por pessoas em ótimas condições de saúde.Não atinam sequer em levantar mais cedo para ver o sol se erguendo na linha do horizonte.Não sabem ver as belezas que a vida nos proporciona, acima das misérias, das crises,dos desastres,das tragédias e das injustiças.Quem ama a vida não deveria morrer antes dos 100 anos de idade.Até para multiplicar exemplos semelhantes ao da existencia fecunda do escritor Francisco Pereira Rodrigues.

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