Um ano de netbooks nas escolas
19ª CRE, escolas e professores falam positivamente sobre o projeto “Província de São Pedro”
Turma do 6° ano da escola Professor Chaves, o uso dos netbooks é diário
O projeto Província de São Pedro que beneficiou escolas estaduais na região de Fronteira, incluindo Livramento, em breve completará um ano. Segundo informações da Seduc, foram R$ 100 milhões investidos na aquisição dos netbooks, instalação de infraestrutura nas escolas e na formação dos professores. A estimativa é de que até o final de 2014 o projeto vá até 35 municípios, beneficiando 105 escolas com a distribuição de 85.000 computadores.
Coordenadora da 19ª CRE, Meire Torres
Em entrevista, a coordenadora da 19ª CRE, Meire Torres, comentou que o projeto nasceu como uma iniciativa para acompanhar trabalhos desenvolvidos em países vizinhos, como o Uruguai, que implantou o projeto Ceibal, “são crianças que estão há anos luz em tecnologia e conhecimento e o nosso Estado tão próximo dessa realidade viu a necessidade de fazer algo”, disse Meire.
Atualmente na região são 25 escolas beneficiadas com tecnologias. Cada aluno do ensino fundamental recebeu um netbook e os professores receberam aulas e intensivos na área da computação por meio do LEC – Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS, que deu todo o suporte pedagógico no início do programa e será parceiro no segundo ano do programa segundo informa a Coordenadoria da 19ª CRE.
O objetivo do projeto Província de São Pedro é propiciar a vivência dos alunos e dos professores na linguagem da tecnologia digital diz Meire Torres, sendo o principal instrumento de modernização tecnológica da rede estadual.
A introdução do computador no processo educativo não visa substituir o professor, mas sim, ser um parceiro no trabalho pedagógico desenvolvidos pelos docentes, ele tem acrescentado no conhecimento como ferramenta de pesquisa e inovação do conhecimento.
Yara Ferrão, professora responsável pelo núcleo de tecnologia na 19ª CRE, disse que o projeto tem se mostrado um grande sucesso e, embora não haja uma pesquisa quantitativa sobre os benefícios pelo curto tempo de implantação, o resultado pode ser visto na sala de aula e no retorno positivo dado pelos professores.
As dificuldades enfrentadas pelo projeto estão na sua maioria na manutenção das máquinas. Problemas de software, mau uso do aparelho e peças quebradas representam cerca de 10% dos 7.682 computadores distribuídos. Meire Torres disse que esta é uma faixa aceitável dentro do programa, mas lembra que os netbooks são um bem público, um patrimônio de todos e deve ser bem cuidado.
Professora Rita Luiza do 1° ano do Colégio Professor Chaves. A turma comparece todos os dias com os computadores
Um exemplo de que o projeto tem dado certo, é na escola estadual Professor Chaves. A supervisora Nilra Albornoz comentou que os alunos receberam bem o uso dos netbooks em sala de aula e tem sido uma importante ferramenta de pesquisa.
Segundo a supervisora, no início do projeto os alunos tinham mais liberdade de usarem a máquina, os professores tinham uma didática livre e poderiam desenvolver trabalhos com os alunos de forma livre, para este ano, a escola está desenvolvendo um cronograma de atividades e atuará junto com o professor dentro da sala de aula desenvolvendo ainda mais esse potencial.
A Supervisora comentou que os alunos demonstraram mais interesse e pesquisaram mais sobre assuntos diversos e interdisciplinares. A professora de geografia e história do 6° ano, Sandra Canabarro, disse que conseguiu desenvolver um bom trabalho e que luta apenas com o acesso às redes sociais durante as aulas, mas destaca a importância do projeto.
A coordenadora da 19ª CRE, Meire Torres confirma que muito ainda pode ser feito pelo município e melhorado no projeto, mas a distribuição e o acesso às tecnologias proporcionadas são um grande passo para o desenvolvimento educacional das crianças.
Professora Sandra Canabarro, “a única preocupação é com o uso das redes sociais”
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