Primavera árabe: análise de impactos econômicos nas relações Brasil/OMA

É comum, nas universidades, professores estimularem seus alunos a investigar, compreender, emitir opinião e contribuir com conhecimento novo, tanto em ambiente acadêmico quanto profissional. O desafio para os calouros de 2011 do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pampa (Campus Santana do Livramento – RS) foi – sob a orientação do professor Dr. Avelar Fortunato – analisar dados econômicos nas relações entre o Brasil e os países em conflitos políticos e sociais no Oriente Médio e Norte da África. O texto a seguir, elaborado pelos acadêmicos Yesa Portela Ormond e Attilio Giovenardi Filho, atende a expectativa docente, constata o aprendizado dos alunos e conta com a contribuição do Jornal A Plateia quanto à circulação e à socialização das informações. Omã é um país situado na Península Arábica e tem por capital a cidade de Mascate. É o maior produtor de petróleo do Oriente Médio, mas, apesar disto, não integra a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Comparativamente com outros 135 países, dados do Relatório de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU, 2010) apontam aquele país como sendo o que mais se desenvolveu economicamente em 40 anos.

Apesar de já existirem relações comerciais entre as duas nações, somente no ano de 2008 o Brasil implantou sua embaixada naquele país e, no ano de 2010, foi instalada a embaixada omani em Brasília. O jornalista Francisco das Chagas Leite Filho – ex-redator do Correio Braziliense e da Folha de São Paulo – em seu blog Café na Política, afirma que o objetivo da instalação das embaixadas visava ampliar essas relações e transformá-las em algo mais abrangente, que buscasse melhorar a tecnologia utilizada no semiárido para a sobrevivência e a desenvolver o turismo, algo vantajoso para ambos os países. Com uma população de 3.311.640 habitantes (2008), a moeda daquele país é o rial omani e o seu valor em relação à moeda brasileira é de R$ 0,2318 (com um real, compra-se cerca de 4,3 moedas deles).

O Produto Interno Bruto (PIB), em 2010, soma de tudo que é produzido no país, é de aproximadamente US$ 76,53 bilhões, cerca de R$ 122,44 bilhões, e, além do petróleo, os principais setores responsáveis por essa quantia são a agricultura, a indústria e os serviços. Apesar do clima árido, Omã possui belíssimas praias, cenários luxuosos e paradisíacos. O turismo desse país ainda não é o seu forte, mas vem se desenvolvendo muito bem (Terra Brasil, 2011). Quanto às importações/exportações, Omã importou do Brasil, em 2009, US$ 113.710.260 em carne de frango e tubos de aço sem costura para gasodutos/oleodutos e exportou US$ 515.886 em minérios de cromo, partes de máquinas de lavar roupa e vestuário de malha de fibra sintética/artificial conforme o nosso Ministério das Relações Exteriores (MRE, 2010).

O sistema monárquico e sem constituição de Omã, ultimamente, tem enfrentado algumas crises. Trabalhadores, principalmente do setor petrolífero, têm se revoltado e exigido melhores salários. O povo clama por reformas democráticas e, para acalmar os nervos da população, o sultão Qaboos bin Said tem feito certas reformas, aumentado salários e benefícios, algo visto com muita desconfiança por parte da população (O Globo – 03/2011). Há meses, manifestantes têm saído às ruas e feito protestos e, como na maioria dos casos, enfrentam as forças de segurança. Uma revolta de maiores proporções afetaria a economia interna e certamente a de outros países. Contudo, ainda é muito cedo para que se possa afirmar quão prejudicial isto seria para as relações Brasil/Omã.

Calouros de 2011 do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pampa

 

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