Arrecadação zero
Secretaria Municipal da Fazenda está com problema no sistema de informática e não consegue realizar qualquer dos processos de arrecadação há uma semana
O problema que afetou o sistema de informática da Secretaria Municipal da Fazenda foi atribuido ao calor excessivo de dezembro pelo secretario Luis Alberto Bidart, no exercício da titularidade da função.
Na prática, o problema impede que o município trabalhe financeiramente, ou seja, arrecadação, pagamentos, movimentações com recursos em âmbito da secretaria não estão ocorrendo há uma semana, pelo menos.
O colapso faz com que os funcionários se apresentem apenas para cumprir expediente e realizar somente aquelas rotinas administrativas que não dependem de informática, as quais são raras.
Quanto ao contribuinte, terá que esperar a normalização do sistema.
A empresa responsável pela manutenção, conforme deixou claro o prefeito em exercício Edu Olivera, na quinta-feira à tarde, já vem trabalhando para debelar o problema e retomar a operacionalidade do coração administrativo municipal: as finanças.
“Em poucos dias, pelo que sabemos, já deverá ser normalizada a situação, com as mudanças que estão sendo realizadas. É um transtorno, esperamos que as pessoas compreendam, pois é para elas e, para nós, sem podermos arrecadar, mais ainda” – disse Olivera.
O assunto repercutiu na Câmara de Vereadores, fazendo com que pelo menos dois legisladores abrissem as baterias, centrando fogo na Fazenda e, por conseguinte, na administração.
Maurício Del Fabro, o Galo (PSDB) e Hanney Cavalheiro (PMDB) fizeram veementes críticas à situação e cobraram soluções de forma efetiva por parte da prefeitura municipal.
Indignação. Foi a palavra com que o vereador Maurício Del Fabro, o Galo (PSDB) definiu seu sentimento em relação às condições de atendimento na Secretaira da Fazenda.
“Falta infraestrutura e qualidade para o contribuinte. Dia 25 de novembro, para a renegociação, fui parcelar uma divida do IPTU de minha residência. Foi uma peregrinação, que começou às 9h e somente teve fim às 15h” -narrou. Citou que havia muito calor e disse ter ficado surpreso pois dos 5 aparelhos de ar-condicionado, somente 1 funcionava e o atendimento durava cercad de 30 minutos.
“As pessoas, com razão, reclamavam e reivindicavam pela falta de toner; fila crescia e muitos desistiam, cansados, pois não havia condição de permanecer ali. E piorava quando havia a necessidade do atendimento do procurador municipal para liberar os casos de Execução Fiscal e dar prosseguimento da negociação. Um vai-e-vem. O contribuinte deveria deslocar-se até a Casa de Cultura Ivo Caggiani e voltar. Péssimo” – reclama.
Hanney Cavalheiro (PMDB) criticou o que qualificou como incompetência e falta de planejamento. “Não é só lá no DAE, mas principalmente na Secretaria de Fazenda. É brincadeira o que está acontecendo naquela secretaria. Estão brincando com o cidadão”- disse, citando manifestações à imprensa feitas pelo secretário Luis Alberto Bidart, titular da pasta, explicando o problema. “Por acaso, precisei um xérox. Sai quase em branco e dizem que o equipamento é bom. Falho. Se usarmos aquele documento como prova judicial, o juiz não iria aceitar” – disse.
Segundo ele, o cidadão que quiser pagar impostos, procura a secretaria e fica uma, duas, três horas esperando. “E olha que tem lei municipal sobre isso. Por isso digo que não fiscalizam. O cidadão fica 2, 3 horas parado, esperando documento para entrar na fila e ser atendido, aí vem o secretário dizer que o calor pífou os computadores. Imaginem as pessoas lá dentro, os runcionários, com aqueles ventiladorezinhos, porque o ar não funciona” – acusa, narrando desmaios de pessoas e o prejuízo para o município pelo não recebimento de impostos.