Sala Lilás reúne órgãos e avança na iniciativa do mapeamento da violência contra a mulher

Iniciativa visa fortalecimento da rede de atendimento à violência doméstica

Eleonora Machado Gonçalves, coordenadora da Sala Lilás

Representantes do Hospital Santa Casa; Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde; Coordenadoria Municipal da Mulher; Brigada Militar e Polícia Civil, reuniram-se, juntamente com a coordenadora da Sala Lilás, Eleonora Machado Gonçalves; e com o coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Perícias, Leandro Nin Tholozan, para traçar metas no sentido de conseguir mapear, com dados reais, a violência contra a mulher em Sant’Ana do Livramento.

O encontro de trabalho ocorreu pela parte da manhã, na própria Sala Lilás, localizada no interior do prédio do IGP-Instituto Geral de Perícias, localizado na rua Silveira Martins, esquina com rua Vasco Alves. “Estamos nos reunindo, sob a coordenação do diretor do IGP, unindo esforços para que os dados e notificações sejam realmente repassados ao Ministério da Saúde com legitimidade e transparência. O nosso objetivo, com tudo isso, é fazer um mapeamento da violência na nossa cidade, dados reais. A partir disso, vamos conseguir mudar crenças erradas, pois as coisas estão aparecendo e são reais. Com toda a união da Secretaria de Segurança Pública com outros órgãos, as vítimas se sentirão mais apoiadas para fazerem as denúncias, porque existe uma rede de atendimento. Temos a Sala Lilás, a Coordenadoria da Mulher, a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Secretaria de Saúde unidas neste esforço, em Sant’Ana do Livramento”, destacou Eleonora Gonçalves.

Coordenador 

Dr. Leandro Nin Tholozan, coordenador da 7ª Coordenadoria Regional do IGP

Logo no início da reunião, Leandro Nin Tholozan destacou a importância do combate à violência doméstica familiar, e frisou que as agressões contra as mulheres devem ser erradicadas, mas que para tudo isso se faz necessário conhecer dados reais, para traçar metas de ação. “Nosso Secretário de Segurança Pública já dizia que combatendo a violência doméstica familiar estamos construindo uma escada para combater a violência social de uma forma geral. E Livramento é o primeiro município do interior do Estado a aderir à Sala Lilás. A violência sobre a mulher tem que ser erradicada, mas primeiro tem que ser conhecida. E toda esta Rede Lilás passa pelo atendimento que a perícia faz, que realmente vai dar a materialidade do fato; as forças de segurança, que são encarregadas de fazer a prevenção e a investigação; e a rede de atendimento à saúde, que além de dar o atendimento necessário à vítima da violência, tem o conhecimento prévio, pela subnotificação, porque as pessoas procuram atendimento médico e não procuram a Polícia. É um sistema muito interessante, adequado e moderno o que está sendo instalado aqui. Essa união é que vai fazer que as mudanças comecem a acontecer”.

Sistema de informação

Reunião de trabalho ocorreu na manhã de ontem, na Sala Lilás do IGP

Um dos pontos principais da reunião foi o debate sobre uma forma de poder unificar os dados, que até o momento ainda estão descentralizados, em razão do atendimento que acaba não contabilizando os casos reais de mulheres agredidas.

A enfermeira Rejane Moraes Rodrigues, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município, apresentou, na reunião, o SINAN – Sistema de Informação de Agravos e Notificação, uma ficha de notificação que deve ser preenchida por todos os setores de atendimento às vítimas, no sentido de centralizar os dados reais e iniciar, desta forma, o mapeamento no município. Neste sentido, a Portaria nº104 do Ministério da Saúde, diz que todo tipo de violência deve ser notificado.

 

A falta de tempo para preencher os dados do SINAN foi um dos pontos tocados na reunião, como inviável na maioria das vezes, em função do próprio socorro à vítima. Uma das ideias para resolver esse transtorno, segundo Eleonora, seria simplificar essa ficha, para ficar mais rápido e prático o seu preenchimento. Além disso, para garantir que todos os casos sejam registrados no SINAN, o Centro de Referência da Mulher, através de Rosélli Ortiz, se dispôs a realizar visitas às residências das vítimas, dias após o atendimento no hospital, e realizar essa entrevista com aquelas que não foram cadastradas.

De acordo com Eleonora, a avaliação do encontro foi positiva, e apenas o pontapé inicial para essa união entre a Sala Lilás e os demais órgãos de atendimento às vítimas de violência.

Participaram da reunião a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Rosélli Ortiz; Sargento Leal, representando a Brigada Militar; delegada Giovana Ferreira Müller, titular da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento; enfermeiro Leonardo Antunez, representando a Santa Casa de Misericórdia; e Rafaela de Souza, enfermeira do Pronto-Atendimento Médico da Santa Casa.

 

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