Polícia prende três acusados em quinze dias

Especialistas do Centro de Referência da Mulher contam a rotina de apoio às vítimas de agressão no município

Uma vida de sofrimento e angústias. Agressões físicas e morais que muitas vezes se estendem aos filhos e enteados. Essa é a rotina de uma parcela de mulheres santanenses que se escondem atrás de uma falsa aparência de frieza, demonstrando serem fortes apesar de tudo o que são submetidas diariamente. São mulheres como essas, que ao chegarem ao ápice da intimidação e violência, procuram as profissionais do Centro de Referência da Mulher.

Rosélli Ortiz, coordenadora do Centro de Referência da Mulher

No último mês, em um período de apenas quinze dias, após denúncias à equipe técnica do centro, a Brigada Militar e a Polícia Civil realizaram a prisão de três acusados de práticas de maus tratos contra mulheres. De acordo com Rosélli Ortiz, coordenadora da instituição, as prisões são muito significativas para o desenvolvimento e reconhecimento do trabalho realizado. Os três casos já vinham sendo acompanhados desde 2013. Nas três situações os agressores desobedeceram às medidas protetivas deferidas pelo juiz. Ambos voltaram a se aproximar das vítimas.

Barreira Invisível

Dentro da lei Maria da Penha, as medidas protetivas são um direito de toda a mulher vítima de agressão. Esse direito, porém é apenas uma garantia legal. A coordenadora do Centro de Referência observa que mesmo que a vítima tenha em mãos a determinação judicial de afastamento do agressor, ela ainda pode permanecer em uma situação de violência e muitas vezes sob ameaça, ou seja, há uma barreira invisível entre o agressor e a vítima, mas que pode ser quebrada a qualquer momento.

Covardia

A Plateia conversou com a equipe do Centro de Referência da Mulher. As profissionais que diariamente trabalham objetivando a diminuição destes crimes no município, contaram algumas das situações mais impressionante que já ouviram. A assistente social Silvia Pavanelo trabalha há dois anos na instituição, atende diariamente mulheres que contam situações inacreditáveis pelas quais são vítimas no próprio lar.

A instituição mantêm em sigilo dos casos. Para a segurança das mulheres, todas as informações fornecidas por elas são protegidas, portanto, como grande parte desses casos não são divulgados na mídia, a população acaba desconhecendo a gravidade de algumas situações. Mas para se ter uma ideia, em um dos casos que participou, uma mulher relatou à assistente social que não mais satisfeito em agredi-la, o marido começou a transferir os maus tratos aos filhos para prejudicá-la. “Para não deixar marcas nos filhos que pudessem servir de provas para condená-lo, o homem fazia as crianças ficaram segurando pesos ajoelhadas no chão, ou mesmo ficarem horas com o nariz encostado em uma parede, sem se mexer. Ele realizava uma tortura psicológica com as crianças para atingir a mulher”, relatou Silva.

 Combate à violência

Junto com a coordenadora, a assistente social e demais estagiárias, a advogada Naira Vieira e a psicóloga Luciana Silveira Larruscaim formam a equipe do Centro de Referência da Mulher. Atualmente a instituição realiza atendimento periódico, de segunda a sexta, das 7h30min às 13h30min. Toda a mulher que se sentir intimidada, sofrer ameaças ou agressões físicas ou morais, pelo companheiro, tem o direito de procurar as profissionais que estão sempre dispostas a orientar, proteger e assegurar o direito das vítimas.

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