Pai…

Um pedaço do meu coração se foi. Difícil de descrever essa sensação da perda de alguém que amamos muito. Um vazio enorme. Frio. Medo. Sensação de impotência.

Comigo a certeza que ele está bem, pelo menos melhor que aqui.

Lembro das participações dele como pai e como ser humano em tantas ocasiões.

Nos inúmeros churrascos de domingo, que nos proporcionaram momentos inesquecíveis. Lembro-me do quanto era importante pra ele ver toda a família reunida.

E que linda imagem eu guardei dele dançando tango e bolero, sempre vestido impecavelmente como um astro do cinema. Era a melhor cena de qualquer festa … Ver ele e a mãe dançando… parecia que flutuavam no salão.

Durante toda a minha infância e adolescência, o meu pai, foi sempre o meu melhor exemplo, era o nosso dicionário ambulante, e exigia dos filhos leitura… e não era qualquer leitura, tínhamos que conhecer tudo sobre filósofos e pensadores. Ele me ensinou a festejar cada dia como se fosse um dia especial e nossa brincadeira de “cabeleireira” quando criança, eu pedia para ganhar um picolé e ele me dizia, só se me arrancar 10 cabelos brancos… e lá ia eu gulosa como sempre arrancava um a um e depois mostrava… para ele conferir… ai sim ganhava o dinheiro para o picolé… esses momentos jamais serão esquecidos e ficarão guardados com muito carinho.

Lembro quando eu fiz 9 anos que ele me levou no primeiro show da minha vida… era do Roberto Carlos, no Guanabara… a felicidade dele e minha cantando as músicas do Rei.

O orgulho com que comprava presentes para minha mãe no dia dos namorados, quando sempre chegavam rosas vermelhas. Ele presenteava a mim e minha irmã em todas as datas e, quando meu irmão nasceu a alegria da família estava completa… tinha vindo o guri. “Foi um presente dos céus..nasceu no dia 25 de dezembro”, ele dizia bem animado.

Mas ele não foi somente um grande pai, foi um grande herói, o meu herói.

Sempre disposto a me ouvir… com palavras sábias… me induzia ao caminho do bem…

Por muitas vezes me perdoou. Chorou com os meus fracassos. Vibrou com minhas vitórias e nunca em nenhum momento me abandonou. Sempre esteve ao meu lado. Dando força. Presente.

Hoje, relembrando todos os seus atos de bravura, seu altruísmo e cuidados com os mais necessitados e toda a dedicação como pai e marido, sei que é impossível citar todas as lindas cenas que ele nos proporcionou em família, todos os atos de caridade que fez, quantos sorrisos devolveu às pessoas, muitas que ele sequer conhecia e quanto doou em todos os sentidos a todos os que precisaram dele.

Na minha trajetória, nunca conheci um homem como ele. Ou eu não procurei bem ou, talvez, homens como ele não passem duas vezes pela vida da mesma pessoa.

Paizinho a minha homenagem pra ti é este texto, simples, sem grandes argumentos porém com carinho e reconhecimento pelo grande homem que tu fostes.

E termino dizendo que, de todos os ensinamentos (e exemplos) que nos deixastes o maior de todos foi que não é preciso corromper-se para alcançar o poder. Onde houver um ser honesto e justo falando, verdadeiramente, em favor da humanidade como um todo, haverá um grupo de honestos e justos para aplaudi-lo e impulsioná-lo ao verdadeiro poder! O poder da honestidade e da vontade de fazer somente o bem.

Obrigada por ser meu pai. Obrigada por tudo o que me ensinou e me proporcionou viver pois, sem você, eu hoje não poderia escrever este texto… Eu te amo.

Fica com Deus.

 

Homenagem de Claudia Arce a Jarbas Gonçalves da Silveira
Claudia.marka@hotmail.com

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