Sabedoria e Solidariedade

Lembro, com profunda emoção de Natais distantes, quando eu era um guri de calças curtas,inquieto a espera do presente que o Bom Velhinho deixaria na porta do meu quarto. Eu era imensamente feliz, porque acreditava muito mais do que hoje no mistério, namagia, que datas como o Natal tornavam mais expressivos para minha alma. Eram Natais maravilhosos, embora a gurizada daquele tempo jamais imaginasse que hoje seria contemplada com jogos eletrônicos e e outros itens da parafernália técnica que povoam as lojas e esvaziam os bolsos de pais aflitos e endividados. Nós ganhávamos bolas, bolitas, bolos, chinelos, bilboquês, reco-recos e jogos de dados. E, no máximo,uma camisinha colorida. E lá íamos nós, após o Natal, comentar, em grupos,o que havíamos recebido, com a satisfação milionária da meninice. Comíamos o indispensável, tínhamos boa saúde e, sobretudo,amplos espaços para correrias,até que o cansaço nos obrigasse a ir para nossos camas. Esperávamos o Ano Novo com a mesma felicidade possível,que os insensíveis muitas vezes não sabem valorizar. O pobre, que vive do seu trabalho honrado,sem prejudicar ninguém, com disponibilidade para o amor e a solidariedade, pode ser tão rico interiormente como grande capitalista somente interessado na contagem do seu dinheiro, no acompanhamento dos seus rendimentos.. Pensemos nisso, para que o Natal seja alegre e iluminado para todos.
De minha parte, venho constatando, com imensa alegria, que aumenta a cada ano o número de pessoas e entidades dedicadas a gratificante experiencia da solidariedade. E não somente em final de ano, quando nossos corações se tornam mais sensíveis. Essas pessoas e entidades ajudam a diminuir as dores e sofrimentos de crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social. E superam, com ações objetivas,os limites do egoismo e da avidez, característicos de quem jamais entendeu o profundo sentido do Evangelho, nascido das palavras e dos atos de Jesus de Nazaré. Nossa transformação não será difícil se pensarmos que Jesus de Nazaré não está somente nas páginas do Evangelho, mas em todos nós. Apesar de nossa pequena dimensão humana, podemos transcendê-la com ações que ajudem a diminuir as tristezas dos nossos irmãos desvalidos.Saibamos, portanto, dividir o nosso pão, o nosso vinho.Saibamos dividir responsabilidades,visando a melhoria das condições de vida de nossos semelhantes nos lugares onde moramos. De que valeria o Natal se achássemos que a data está completa com o acúmulo de presentes sobre as mesas e uma arvorezinha artificial num canto de sala? Nossa vida interior deve estar sempre acima do esbanjamento do dinheiro,do artificialismo esnobe ,para construirmos um mundo mais justo e respirável.

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