Livramento no mapa das grandes indústrias cervejeiras

Empresa dos irmãos Gazapina foi, por seis décadas, parte da história da cidade que já foi oterceiro maior parque industrial do estado, com 48 fábricas

Atualmente resta somente a fachada e lembranças do trabalho brilhantemente realizado pelos irmãos Gazapina

Livramento já possuiu uma fábrica, que por mais se sessenta anos dominou o mercado de cerveja, refrigerante e o comércio de barras de gelo na região da Fronteira. Estamos falando da Cervejaria Gazapina. Ela teve origem no idealismo dos irmãos Vitellio, Luiz, Carlos, Constant e Jerônimo Gazapina, que apostaram no potencial de comércio da Fronteira para ingressar na atividade. A inauguração do complexo, então denominado de Cervejaria Irmãos Gazapina, ocorreu em 1908. No auge de sua história, a Gazapina era uma das 48 fábricas santanenses que na década de 40 transformavam o município no terceiro maior parque industrial do Estado. Nos anos 50, a cervejaria elevou a produção, que abrangia a cada ano, novos mercados. Além de destinar sua variada gama de refrigerantes e cervejas, o gelo em barra abastecia os bares dos vagões de passageiros da antiga RFFSA que circulavam na região. O produto gerava renda a dezenas de carroceiros que o vendiam de porta em porta. A empresa ainda não foi esquecida pelos fronteiriços e povoa a lembrança daquelas pessoas que, hoje, têm por volta de 50 anos de vida. Até 1975, muitos moradores da região tiveram a oportunidade de apreciar os produtos.

Naquele ano, os sucessores de Vitellio e sócios da cervejaria, após enfrentarem a excessiva carga tributária federal, aliada à expansão e concorrência de grandes empresas, resolveram desativar o complexo industrial. Sem deixar dívidas, um fato que demonstrou o compromisso e seriedade dos empresários.

Uma das primeiras multifabricantes do ramo de bebidas do Sul do país, produzia o tradicional chope Gazapina, em barris de 15 e 30 litros, que chegava ao destino na temperatura ideal.

O Museu Municipal David Canabarro, localizado na Rua dos Andradas, a duas quadras da antiga estrutura fabril, em Livramento, abriga em seu acervo vários objetos que marcaram momentos históricos da cervejaria. Além da primeira enchedora fabricada na Alemanha, o local guarda uma sirene acionada a vapor. Acoplada à chaminé da fábrica, a sirene soou fora de seu horário habitual para anunciar à população o fim da Segunda Guerra Mundial, no dia 8 de maio de 1945. Com forte relação comunitária, a cervejaria costumava dedicar um dia aos carnavalescos, quando abria suas portas para brindar os foliões com refrigerante e cerveja bem gelada. O fundador da empresa, Vitellio Gazapina, falecido na década de 60, notabilizou-se pelo espírito de apego à comunidade. As informações foram retiradas do site da Defesa Civil do Patrimônio Histórico – Defender.

LEONARDO SILVEIRA
leosilveira@jornalaplateia.com

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.