Parque Internacional
Conheça como a praça está atualmente, sua história e projeções para o futuro
O Areal, local onde, hoje, está construído o Parque Internacional
Ele é história, representa o ápice da integração entre dois povos, e no próximo mês completa 71 anos. O Parque Internacional, inaugurado em 26 de fevereiro de 1943, com o encontro dos então presidentes, Getúlio Vargas, do Brasil, e Alfredo Baldomir, do Uruguai, está repleto de marcos e símbolos históricos, e é considerado um dos principais pontos históricos de Sant’Ana do Livramento.
Como era o Parque Internacional?
O Parque Internacional, com as árvores recém plantadas e a construção da calçada lateral
HISTÓRIA
Conforme explica Carlos Alberto Potoko, em sua obra, “1823”, no início do século XX, havia o Areal, onde hoje está localizado o Parque Internacional, espaço usado para a prática de esportes. As competições esportivas de tênis, polo a cavalo e futebol atraiam o público de Livramento e Rivera. Nos anos 1940, um marco de divisa mostrava o último ponto onde o divisor de águas – método utilizado para demarcar a Fronteira – não conseguia ser localizado, pois, a partir do Areal, as águas se uniam. Na impossibilidade de dividir, surge a ideia da Praça Internacional, como forma de demarcação dos territórios de Sant’Ana do Livramento e Rivera. Assim, é criado o Parque Internacional, para demarcar os territórios, com a característica de unir para separar.
MONUMENTOS
• Obelisco
Atualmente, o relógio do Obelisco, principal marco da divisa, está parado. Há até mesmo uma casa de joão-de-barro no local
O Parque Internacional abriga a única praça do mundo que pertence a dois países. Lá está encravado um Obelisco de 30 metros de altura. Foi construído pela Comissão de Limites de ambos os países, e inaugurado com a Praça Internacional, em 26 de fevereiro de 1943, com a presença dos dois Presidentes, brasileiro e uruguaio. A maior parte dos obeliscos tem seu corpo quadrangular e até mesmo cilíndrico, porém o do Parque Internacional é triangular com três caras, influência direta da maçonaria – o triângulo e o número 3 fazem parte do simbolismo maçônico. Construído sobre uma base triangular e no chão, ao seu redor, uma corrente de 33 elos – o grau máximo dos maçons desenhado em pedras. Sobre a corrente, apontando para o céu, o obelisco é uma alusão à busca da liberdade. Na base do monumento, em um dos lados, há o escudo de bronze do Brasil; na segunda, o escudo uruguaio; e na terceira, algumas placas recordatórias, também em bronze. Ambos os escudos foram elaborados no arsenal do exército, no Rio de Janeiro. Na torre, perto da pirâmide, há 2 relógios que marcam a hora, um de frente para o Uruguai e o outro de frente para o Brasil. Conforme o escritor santanense Carlos Urbim, este é o último marco definido no século XX, o mais importante e o mais belo de todos, “é um Obelisco que une nossas cidades, nos agasalha a irmandade, na única praça do mundo que pertence a dois países. É um monumento ao convívio pacífico entre dois povos e sem dúvida é um marco épico de valor aos santanenses e riverenses”, destaca.
Monumento à Mãe, construído em parceria com os Rotary Club de Livramento e Rivera
• Mãe
A obra é do escultor uruguaio José Belloni, e foi doada pelos Rotary de Rivera e Livramento. O conjunto do monumento foi projetado pelo arquiteto uruguaio Don Modesto Paes Sere e construído sob a direção do engenheiro brasileiro Antenor Trindade Barbosa. Foi inaugurado em 24 de abril de 1960.
A Fonte Luminosa, hoje, sem funcionamento
• Fonte luminosa
Também doada pelos Rotary de Rivera e Livramento, foi inaugurada em 25 de agosto de 1953, em um espaço circular de 12 metros de diâmetro. A fonte luminosa é dotada, neste lugar, de instalações de água e energia elétrica, e construída ali uma câmara subterrânea, destinada à colocação de um motor de recuperação da água esguichada. As águas desta fonte também têm a sua vertente em conexão com a rede de esgoto da cidade de Rivera.
Como está o Parque Hoje?
Monumentos
A Fonte Luminosa, não está funcionando desde o ano passado. Na época, foi retirada toda a fiação elétrica, pois em um estudo, detectou-se a possibilidade de ocorrer casos de choque, no contato das pessoas com a água. Segundo a secretária de Serviços Urbanos do município, Ana Aseff, a estimativa de valor para o conserto, somente da parte elétrica, chega a R$ 30.000,00. O Obelisco está com o relógio parado, e a secretária relata que a situação do local está sendo averiguada para realização do conserto.
Banheiros
Recentemente, houve a reforma do banheiro masculino, que ganhou acessibilidade. Já o feminino, segundo Ana Aseff, ainda não foi possível reformar, isto porque seria necessária a instalação de banheiros químicos, que estão, a princípio, em falta. Aconteceu, também, a troca das caixas de água, dando uma vazão maior ao local, aumentando a capacidade para 3.000 litros.
Limpeza e Manutenção
Conforme a Secretária, a limpeza do local acontece diariamente, por três funcionários fixos do Parque e, quinzenalmente, com o auxílio dos servidores da Secretaria de Serviços Urbanos. Há dois funcionários fixos para a manutenção e controle dos banheiros. Ana Aseff destaca que a aquisição de lixeiras e containers para o centro está em processo, além da reforma dos bancos. Outra ação, para melhorar a conservação do Parque, foi a proibição da entrada de veículos pesados ao interior do local.
Iluminação
O funcionamento da iluminação é monitorado no local, segundo Ana Aseff. Com o novo orçamento, está sendo realizada a aquisição de lâmpadas mais potentes, porém econômicas, dando mais visibilidade ao Parque.
Como será o Parque no futuro?
Um projeto ambicioso da Intendência Departamental de Rivera e da Prefeitura Municipal de Livramento, elaborado pelos arquitetos uruguaios Leonidas Bayo e Virginia Urchoeguia, com coordenação executiva do Arquiteto Martín Garcia e do Engenheiro Alejandro Alamis (Realizador do projeto hidráulico de remodelação da Fonte Luminosa), pretende modernizar e revitalizar o Parque Internacional.
Oficinas Turísticas
O projeto prevê a criação de oficinas turísticas, com três construções: uma ao centro, outra do lado brasileiro, e ainda outra do lado uruguaio, com um teto verde – com plantações – que irá unir as três construções. O local irá concentrar informações turísticas dos dois lados, terá um centro de informações da região e um grande painel de LED, ao nível do chão, transmitindo informações turísticas. O ponto onde a oficina turística deverá se localizar é estratégico, segundo o arquiteto Leonidas Bayo, porque é um local com pouco movimento.
Setor de Eventos Institucionais
Na região triangular central, próxima ao Largo Hugulino Andrade até o Obelisco, se projeta a remoção da grama, trocada por paralelepípedo e transformada em uma sub-praça do Parque. A ideia é utilizá-la para eventos institucionais de autoridades públicas.
Plantação Nativa
Um dos setores, fechado com cerca viva, será utilizado para o plantio e cultivo de espécies nativas da região, brasileiras e uruguaias, agregando um valor pedagógico e cultural aos visitantes e estudantes da área. Também está previsto o plantio de trepadeiras, para criar um espaço com sombra, onde serão colocados bancos e iluminação.
Revitalização da Fonte
A forma da fonte deve ser mantida, acrescentando mecanismos semelhantes aos da Praça Artigas, de Rivera. Hoje, a fonte conta com duas quedas de água, mas no projeto será acrescentada mais uma, com a água indo até o chão, sem a mureta atual. Haverá uma maior iluminação, inclusive com a colocação de bancos italianos, curvos, de polietileno retro iluminados. Ou seja, ao dia, o banco será branco, e à noite ficaria todo iluminado e jogaria luzes para os lados.
Setor de Eventos do Parque
Da segunda escada, até próximo ao que serão as oficinas de turismo, se prevê a construção de uma série de arcos, iluminados, que irão de um país a outro. O local poderá receber uma cobertura provisória para a realização de eventos, com capacidade para cerca de 500 pessoas sentadas.
Recreação Infantil
Nos grandes espaços laterais, no lado uruguaio, pela Av. 33 Orientales, e no brasileiro, pela Av. Tamandaré, projeta-se a construção de dois setores de recreação infantil.
Iluminação
Dentro da Praça, deverá ser mantido o atual formato de iluminação, com globos. Já nas laterais, haverá luminárias modernas. Na maior parte do tempo, elas funcionarão com apenas 15% de sua potencia, porém há um sensor que é acionado quando algum objeto se aproxima, aumentando a iluminação. Isso será um fenômeno incrível, principalmente quando alguém passará de bicicleta, criando um efeito divertido, com as luzes se ascendendo gradativamente, uma a uma.
O Obelisco terá uma iluminação específica e a fonte deverá ganhar LEDs, que mudarão de cor automaticamente.
O projeto, por questões burocráticas binacionais, ainda não tem data de execução.
E você, o que faria para melhorar ainda mais o Parque?
Adriana Pereira: “O Parque Internacional é lindo, com muito verde, uma fonte maravilhosa quando ligada, com uma estátua linda, as bandeiras dos dois países representando a união de dois povos, mas o parque merece mais respeito por parte da sociedade”.
Franciele Meyer: “O Parque Internacional tem espaço suficiente para ter uma pequena pracinha para crianças; os bancos estão em sua maioria quebrados; a calçada do lado do Parque também; as luminárias muitas estão queimadas. Acredito que a população deveria cuidar mais”.
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