Pela produção!

Foi bom Executivo e Legislativo terem tomado uma posição em relação à situação da Emater. É preciso deixar claro que há, real e efetivamente, o risco de que a organização venha a perder sua filantropia.

É óbvio que quem fala de produção, fala de Ater (Assistência Técnica Extensão Rural), especialmente quando se trata de pequenos produtores. A Emater gaúcha, mais do que um organismo vivo que está presente, diretamente no campo, é o ente a quem recorre o agricultor familiar que não dispõe de dinheiro para pagar o agrônomomo, o técnico agrícola, o veterinário, o zootecnista, o especialista em projetos, o sanitarista, enfim, o profissional que tenha capacidade, conhecimento e expertise para resolver os problemas de sua realidade.

Válido e pertinente, ontem pela manhã, na Câmara, o ato de estabelecer unidade na defesa da manutenção do certificado que lhe garante imunidade tributária. O auditório da sede do Legislativo re­cebeu agricultores e repre­sentantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e de entidades, fazendo com que Livramento faça sua adesão a uma mobilização riograndense – e com adeptos em todos os territórios do Brasil-continente (basta que tenha conhecido ou, pelo menos, ouvido falar da realidade interiorana da pequena produção) serviu de apoio contra a disputa judicial, que pode­rá acarretar na cobrança de uma dívida de R$ 2 bilhões em encargos sociais. Com a inviabilidade de pagar este valor, a Emater teria que encerrar suas atividades, deixando órfãos – literalmente – um universo de agricultores, pecuaristas, trabalhadores do setor primário produtivo que subsistem, enfim, cidadãos do campo.

É preciso compreender que a Emater foi criada para ser o elo que repassa a informação, a orientação e, sobretudo, o conhecimento às parcelas da população rural menos abastadas, ou seja, àquelas que vivem diretamente da atividade produtiva. Aqueles que, efetivamente plantam para, com o dinheiro levar suas vidas adiante. A Emater/RS-Ascar tenta se livrar de uma dívida tributária considerada impagável, que ameaça muito mais do que seu funcionamento. Como é de conhecimento público, a entidade, com pendências de mais de R$ 2 bilhões originadas em disputa jurídica de 21 anos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), luta para ser reconhecida de forma definitiva como prestadora de serviços sociais.

O governo Dilma Rousseff, no mínimo, deveria resgatar sua condição de essência: a preocupação efetiva com o meio rural, de pleno. Como exemplo para a realidade da Emater, uma lógica: que se utilize uma idéia surgida aqui em Livramento. Que esses recursos sejam convertidos em serviços no longo prazo, aplicáveis – como ocorre hoje – aos trabalhadores do campo, homens e mulheres que sequer podem pensar em se aposentar, pois dependem do leite, do fazer queijo, da compota, do charque, das lavouras de milho, das hortas, para sobreviver.

Que o Rio Grande vá à Dilma, pela Emater.

E pelo futuro dos trabalhadores rurais das pequenas propriedades!

 

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