Pequenas empresas, benefícios para todos

Tiago Simon * Advogado especialista em gestão empresarial pela FGV

O Brasil tem vivido nas últimas décadas uma ascensão consistente em diversas áreas. Tudo isso, em boa medida, porque as pessoas estão trabalhando mais, produzindo mais, consumindo mais. Claro que não podemos negar as ameaças e aderir a uma euforia exagerada, mas estamos assistindo à roda da economia girar, gerando oportunidades para a população.

As micro e pequenas empresas desempenham um papel de grande importância nesse cenário. De acordo com um estudo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), elas respondem por 60% dos empregos e 20% do PIB, além de representarem 99% dos estabelecimentos formais do país. Esse tipo de iniciativa constitui a base econômica de todas as nações desenvolvidas do mundo. Lá, a propósito, a participação proporcional no bolo da riqueza é bem superior do que aqui.

Abrir um pequeno negócio é dar início a um círculo virtuoso. Num primeiro passo, o esforço gera renda para o empreendedor e sua família – libertando-os da dependência dos ascendentes ou mesmo das ajudas estatais. Mais tarde, o processo se amplia, contemplando empregados, fornecedores, parceiros e até mesmo o fisco, que passa a arrecadar mais impostos.

No entanto, para que se chegue a esse patamar, é preciso nadar contra a corrente. Quem tenta manter sua própria empresa, enfrenta diariamente um conjunto de problemas: burocracia, carga tributária excessiva, dificuldade de acesso aos financiamentos, entre outros. São barreiras que atingem especialmente quem parte do zero. Basta ver que, de cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em três anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Diante desse quadro, o Estado precisa fazer a sua parte. Isso passa, obrigatoriamente, por incentivar a cultura empreendedora e oferecer condições para que pequenos negócios surjam e sobrevivam. Alternativas como o MEI (Microempreendedor Individual) e o Simples, estabelecidas há poucos anos, mostram que avanços são possíveis. Outra frente que deve ser intensificada é a das redes de cooperação – um ambiente de troca de experiências com grande potencial para gerar novos negócios.

Não existe redenção social maior do que a possibilidade de uma família manter-se dignamente por suas próprias forças e capacidades. O povo gaúcho é criativo, trabalhador e independente – características típicas do empreendedor. Portanto, nossas políticas públicas devem valorizar esse patrimônio, apoiando o progresso e o dinamismo trazido pelas micro e pequenas empresas.

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