Clássico terminou em 2 a 2 no Centenário

Teve golaço, gol contra, pênalti e todos os componentes necessários para um grande clássico. Acima de tudo, teve muita emoção e disputa. Inter e Grêmio fizeram um Gre-Nal de muitas alternativas que acabou empatado em 2 a 2, em Caxias do Sul. Willians e D’Alessandro fizeram para os colorados. Jackson, contra, e Vargas para os gremistas. 

O jogo 

Renato escalou um Grêmio diferente daquele que vinha mandando a campo. Mesmo com três atacantes, organizou o time com duas linhas de quatro e fez de Vargas o homem da movimentação. Barcos atuava à frente de Kleber, pela esquerda, na diagonal do atacante. Já o Inter de Clemer entrou para o jogo no 4-2-3-1, com Jorge Henrique centralizado, D’Alessandro pela direita e Otávio à esquerda. Damião, apesar de solitário à frente, era municiado a todo tempo. Gabriel e Kleber faziam cruzamentos para a área, ora pela direita, ora pela esquerda, mas os zagueiros gremistas conseguiam cortar, ora de cabeça, ora por baixo.

A bola recém havia começado a rolar e o Inter marcou. Há tempos a torcida colorada pedia aos santos do clube que a zica dos primeiros minutos chegasse ao fim. As preces foram ouvidas. Otávio roubou uma bola de Souza na intermediária de ataque, passou para Willians e o volante, meia enrustido, chutou forte de perna direita. Dida pulou atrasado na bola e aceitou. Os torcedores olhavam no relógio para saber os minutos de jogo. Quatro minutos.

O gol do Grêmio aconteceu quando o Inter estava melhor no jogo. Uma “fatalidade”, como apontou Clemer, na saída para o vestiário. Eram 33 minutos, Ramiro tentou um cruzamento em profundidade para Barcos, e Jackson se adiantou para afastar. Esticou a perna, impediu que o atacante gremista chegasse à bola. Porém, o carrinho no ar foi mal calculado e o corte transformou-se em um chute que surpreendeu Muriel. Otávio, incrédulo, se agachou na ponta esquerda de ataque, Juan foi até o companheiro e levantou-o após estender a mão. Willians e João Afonso correram em direção ao volante para consolá-lo.

- Injustíssimo. Só a gente jogou. Em uma infelicidade do Jackson, só assim para eles fazerem gols na gente no primeiro tempo – definiu Gabriel, no intervalo.

- Temos de manter a concentração, estamos pressionando o time deles. Era questão de ter paciência que sairia o gol – respondeu Ramiro, autor do cruzamento que originou o gol.

Acontece que as orações dos colorados foram breves. No segundo tempo, foi a vez de o Grêmio surpreender logo no início. Aos seis minutos, Ramiro roubou a bola ainda na defesa, avançou e deixou para Kleber. A troca de passes com Vargas surpreendeu a defesa do Inter, o chileno tirou a zaga e Muriel com um corte seco para dentro da área, à esquerda. E o gremista apenas precisou completar para o gol vazio. Saiu comemorando fazendo um coração com as mãos e pulando em um pé só, como um saci.

Acontece que o gol de empate não esmoreceu o Inter. Ao contrário. A resposta veio aos 15min., poucos minutos depois de Diego Forlán entrar no lugar de Jorge Henrique. D’Alessandro recebeu na entrada da área, avançou e foi derrubado por Bressan. Pênalti. O próprio D’Alessandro cobra e marca o sétimo gol em Gre-Nais para se tornar o jogador do grupo atual do Inter que mais balançou a rede em clássicos – Índio e Damião tem seis gols. O gringo sai em direção ao banco de reservas, olha para a torcida e fecha as duas mãos aos olhos, como se estivesse utilizando um binóculo.

A partir daí, o jogo incendiou. O Centenário passou a tremer, os torcedores levantavam a cada ataque ou tabela bem-sucedida. Os colorados apoiavam o Inter até mesmo nos passes errados. Os gremistas, com seus polêmicos 1,3 mil lugares, também procuravam se fazer ouvir. Clemer, inflamado, buscou sangue novo retirando Otávio – um dos melhores do Inter – para promover a entrada de Caio.

Aos 34 minutos da etapa final, quase a nova virada do Grêmio. Willians perdeu a bola para Barcos no meio-campo, o argentino foi levando, levando, levando pela esquerda e encontro Kleber na entrada da área. Um chute em curva obrigou Muriel a defesa mais bonita da partida, mão direita, braço esticado. Quatro minutos depois, D’Alessandro aplicou um “la boba” em Alex Telles e cruzou para a área. Gabriel apareceu como elemento surpresa e bateu de primeira. Foi a vez de Dida manter o marcador em 2 a 2. O melhor Gre-Nal do ano, o 398, havia de terminar empatado. Novo clássico, em 2014. Ou pela Copa do Brasil.

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