Capacitação de produtores também é foco de seminário para valorizar atividade leiteira

Representantes das várias instituições e entidades do APL do Leite formaram a mesa principal

Com o objetivo de discutir as atividades do setor leiteiro, começou ontem, e prossegue hoje, o 5º Seminário Rumos da Bacia Leiteira. O evento acontece no auditório da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Livramento.

A programação continua na sexta-feira, 4, a partir das 9h, com a organização do Arranjo Produtivo Local do Leite (APL do Leite).

Na abertura, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Luis Fernando Fabricio, falou sobre o Seminário fazer parte do conjunto de ações e propostas que buscam o avanço da produção leiteira. Fabricio destacou o trabalho desenvolvido pelo APL do Leite, e afirmou que “essa estratégia bem sucedida deve ser ampliada e copiada por outros municípios”.

Abertura do Seminário, ontem, quando o prefeito Glauber Lima estava fazendo manifestação

O objetivo da Emater/RS-Ascar é capacitar cerca de cem mil produtores em 2013. O gerente falou, ainda, sobre as políticas públicas para o setor, que podem consolidar os avanços da atividade leiteira.

Já o presidente da Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste (Coperforte), Élio Muller, citou o aumento de 25% a cada ano na produção leiteira. Muller afirma que o Seminário está contribuindo para o avanço da área produtiva, além disso, explica que é uma valorização aos pequenos produtores.

O prefeito de Sant’Ana do Livramento, Glauber Lima, diz que vê no setor leiteiro um fator de desenvolvimento para o munícipio. “Estamos com um tesouro nas mãos, é um capital que cresce a cada dia”, concluiu.

A primeira palestra, com o tema “O cooperativismo no desenvolvimento local e regional”, foi realizada pelo assessor jurídico da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), Daniel Rech. O palestrante apresentou linhas históricas de cooperativismo, as dificuldades e os avanços ocorridos ao longo dos anos. Segundo Rech, existem pesquisas que apontam que é preciso investir na preparação das pessoas que participam das cooperativas e que elas precisam dominar todo o processo produtivo. A partir disso, o desenvolvimento pode ser mais amplo.

Rech explica que o ato cooperativo deve ser uma rede de operação que permita o desenvolvimento do todo. No entanto, acredita que é preciso uma mudança de cultura frente ao capitalismo. “Um dos instrumentos para um país justo é o cooperativismo, mas com um viés solidário”, ressaltou.

O assessor jurídico afirma que um dos grandes desafios do cooperativismo é a participação na “vida comum” da cooperativa. Para isso, os associados devem passar por uma capacitação.

À tarde, o professor da Unipampa, Jairo Bolter, apresentou a palestra com o tema “A produção leiteira como alternativa para o desenvolvimento da agricultura familiar”. Segundo pesquisas, apontadas por Bolter, o leite e derivados tendem a aumentar a produção até 2050, com um crescimento contínuo. O professor afirma que há dois tipos de produtores: altamente tecnificados e não especializados. No Brasil, há mais de um milhão de propriedades leiteiras, que empregam mais de três milhões de pessoas. A região Sul do país representa 30% da produção nacional.

Na sequência, o médico veterinário da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec), Anderson Ribeiro, apresentou a palestra “Vacinas utilizadas no manejo sanitário de bovinos”.

Entre as vantagens em utilizar vacinas, Ribeiro cita a melhora da saúde animal, controle de infecções (bactérias, vírus, protozoários) e infestações (parasitos), controle de zoonoses e doenças veiculadas por alimentos, diminuição da resistência e uso de medicamentos (antibióticos e parasiticidas) e melhoria da sustentabilidade da produção animal.

Ribeiro explica que há vacinas obrigatórias (febre aftosa e brucelose), indicadas (clostridioses e raiva dos herbívoros) e opcionais (vacina contra BVD, IBR, leptospirose bovina, pasteurolose bovina e parainfluenza bovina). O médico apresentou, ainda, a periodicidade das vacinas e fatores ligados à eficácia destas. Por fim, falou sobre os cuidados de aplicação das vacinas, como contenção, manipulação do produto, temperatura de refrigeração (2ºC a 8ºC), horário adequado (horários de menor calor e com o menor tempo de manejo possível), vias e local de aplicação.

Já a médica veterinária da Cosulati, Clarice Fernandez, apresentou a Instrução Normativa nº 62, que tem como objetivo fixar a identidade e qualidade do leite e derivados produzidos nas propriedades rurais e indústrias, destinadas ao consumo humano.

O primeiro palestrante da manhã de ontem, Daniel Rech, enfatizou o cooperativismo

Clarice explica que é preciso alguns cuidados com a higiene para evitar contaminações, por isso, recomenda cuidados específicos com as instalações, equipamentos e qualidade da água.

Além disso, ela ressalta que, após a ordenha, é preciso baixar a temperatura do leite para evitar o desenvolvimento de germes.

Participaram da abertura do Seminário Rumos da Bacia Leiteira o prefeito de Sant’Ana do Livramento, Glauber Lima; a diretora do campus de Sant’ Ana do Livramento da Unipampa, Daniela Benetti; o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Sant’Ana do Livramento, Carlos Alberto Fernandes; o coordenador técnico da SDR, Alcedir Drum dos Santos; o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Luis Fernando Fabricio; além de representantes de cooperativas, associações, universidades, Banco do Brasil e mais de 200 produtores.

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