Clientes estão sendo impedidos de entrar em agências bancárias
Fato foi confirmado pela reportagem em dois locais, na manhã de ontem
Cliente foi impedida de entrar em agência
A reportagem do jornal A Plateia constatou, na manhã de ontem, 25, que em pelo menos duas agências da cidade, clientes estão sendo impedidos pelos grevistas de terem acesso ao interior das unidades. A constatação foi feita após a redação ter sido procurada por correntistas que encontraram a resistência dos bancários.
Jorge Pedra, presidente do Sindicato dos Bancários de Sant’Ana do Livramento, afirmou que não existe nenhuma determinação contra o acesso de clientes às agências. “O sindicato não pode determinar isso. Determinação nesse sentido não há”, ressaltou.
Questionado sobre os casos de pessoas estarem sendo impedidas de entrar nas agências, Pedra rebateu que esse impedimento não acontece. “O que pode acontecer é do gerente não se encontrar na agência e os funcionários informarem que não há ninguém para atender no momento”, observou.
Jorge Pedra destacou, também, que os clientes não precisam, nem devem, se dirigir aos grevistas para ter acesso à agência. “Não tem porque impedirmos os clientes de entrar. E eles não devem se dirigir aos grevistas para falar, podem ir diretamente ao gerente. O problema é que as portas de acesso ao banco geralmente estão fechadas, e os grevistas podem informar da presença, ou não, do gerente, mas impedir, não existe determinação”, ressaltou.
Ainda segundo o sindicalista, os gerentes continuam trabalhando e têm o direito de atender ao público, mesmo com a greve. “O gerente não é obrigado a realizar o atendimento. Mas, se ele quiser, tem esse direito. Também existem outras formas de falar com ele, como via telefone”, lembrou.
Com base no depoimento de clientes, que foram acompanhados pela reportagem, os casos se repetiram na Caixa Econômica Federal e Banco Itaú. Confira os diálogos das clientes quando tentaram entrar nos bancos.
Itaú:
- Bom dia, eu poderia falar com o gerente?
- Somente por telefone. A essa hora não tem ninguém. Só um estagiário deve estar aí.
- Não tem como eu falar com ele direto?
- Ele não tá (sic) atendendo ninguém. Os funcionários dele estão em greve e não estão atendendo ninguém.
- Tá bom, obrigada.
Caixa:
- Olá, eu preciso falar com o gerente.
- Sobre o que seria?
- Possuo uma empresa e preciso falar com ele.
- Gerente da pessoa jurídica?
- Pode ser.
- Só um instante, vou chamá-lo.
(A cliente precisou aguardar o gerente na área de autoatendimento do banco, não tendo acesso à sala do gerente).
A gerente do banco Itaú, procurada pela reportagem, disse não estar autorizada a conceder entrevista em nome da instituição. Já o gerente da Caixa Econômica Federal, Tiago Helguera Nene, explicou à reportagem como está sendo realizado o atendimento ao público.
A Plateia: Como os clientes estão sendo atendidos, neste momento de greve?
Tiago: Temos atendentes que estão recepcionando os clientes. Não estamos conseguindo fazer com que ele entre, para ser atendido dentro da agência, tendo em vista que os grevistas estão na frente da agência e não estão deixando o cliente entrar. Se o cliente precisa falar com algum dos gerentes, vamos até o autoatendimento e conversamos com ele naquele local.
A Plateia: Essa é uma determinação?
Tiago: Não, mas é uma questão de respeito e convivência com o pessoal que está em greve. Até porque, se permitirmos a entrada de todos os clientes, não iremos conseguir atendê-los satisfatoriamente, por falta de pessoal. O que conseguimos fazer com os clientes é providenciar soluções, “quebrar o galho”. No entanto, alguns problemas ficam limitados a alguns serviços.
A Plateia: Mas para conversar e informar o cliente, os gerentes estão disponíveis?
Tiago: Sim, com certeza. Temos atendentes lá fora que estão prestando todas as informações aos clientes.
A Plateia: Quais serviços que podem ser feitos, mesmo com a greve?
Tiago: Todos os serviços disponíveis nas máquinas de autoatendimento podem ser realizados. O que o cliente não consegue fazer, hoje, é entrar na agência para assinar um contrato, por exemplo. No entanto, nas casas lotéricas é possível abrir contas, encaminhar empréstimos, fazer tudo nesse local. Renegociar dívida, sacar grandes valores, fazer empréstimo pessoal, esses serviços não estamos conseguindo fazer. Agora, contratar empréstimo no caixa eletrônico, depósitos, saques, tudo dentro dos limites do caixa eletrônico, está liberado.
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Isso é uma tremenda falta de respeito com a população. Esse pessoal só faz isso porque sabem que tem estabilidade.