Região demarcada: caminho a curto prazo para a valorização da campanha gaúcha

Logo que se toca no assunto vinhos, vinicultura, vinhos finos, vem o caso das regiões demarcadas. Região demarcada é indissociável de vinho de qualidade. Ela é que dá especificidade e grife ao produto. Implementa valor. Essa história começou em Bordeaux lá pelos anos de 1850, se bem que a primeira região demarcada foi a do Douro em Portugal e já se encontra fortemente consolidada em inúmeros países.

O nome varia de AOC-Appellation d’Origen Controllé na França, DOC- Denominazione de Origen Controlatta e DOCG- Denominazione de Origen Controlatta e Garantida na Itália, DOC também na Espanha e Portugal. Existe também a IGP na França- Indicação Geográfica Protegida e IGT na Itália- Indicação Geográfica Típica. Nas áreas IGP estão as AOP-Appellation d’Origem Protegée, que individualiza o produto. O fundamento de todas é o mesmo: identificar o terreno e os vinhos produzidos chamando-os pelo nome do terroir.

No Brasil avança a IP- Indicação de Procedência, como no Vale dos Vinhedos no RS, semelhante ás IGT e IGP. Indica uma área e não uma uva exclusivamente para que o vinho possa ser chamado pelo nome. Chamar um vinho pelo nome é dizer: vou beber um Graves, um Sauternes e não um Vale dos Vinhedos onde são cultivadas n castas.

As áreas francesas são emblemáticas. Definitivas. Imprimem fortemente uma marca local e regional. Daí surgiram as fantásticas AOC francesas. Um Margaux, um Cheval Blanc,um Bordeaux, um Vosne Romanée que o diga.

Na região da Campanha gaúcha já está caindo de madura a opção por uma marca regional. Certamente Vinhos da Campanha será sem dúvida nenhuma uma marca genérica forte marcante e significativa. Um selo, que tal? A partir daí podem ser criadas as AOC ou DOC e DOCG e até mesmo DOC, ou IGP e IGT, adjetivando a produção de vinhos de qualidade. Ou até criando outra como DOP- Denominação de Origem Protegida, considerando que aquelas já são marcas reconhecidas e registradas em outros países.

Pode-se imaginar a Região da Campanha como uma região demarcada. Toda ela englobando todos os municípios da região. Dentro dessa região teríamos as DOP- Denominação de Origem Protegida. A região seria subdividida, ou não, em DOP, porque não?. Que tal a DOP Palomas? Ou a DOP Rio Velho?

O que ainda esperam os produtores da Campanha para desencadear tais medidas? Eles são os que mais terão a ganhar com a identificação do seu produto.

Chamar o vinho pelo nome dá status ao produto e valor. Quem ainda não ouviu falar do Brunello di Montalcino?

Mãos á obra.

Flávio M. Pinto

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