Obesidade infantil atinge 1 a cada 3 crianças no Brasil, e em Livramento não é diferente

Especialistas alertam que melhor forma de prevenir a doença é desenvolver hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, atividades físicas regulares e acompanhamento médico

Nutricionista Carmem Padilha Ortiz

A obesidade é uma doença que vem crescendo na população infantil, atingindo crianças no País inteiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 33,5% de crianças com idade entre 5 a 9 anos têm excesso de peso, e 14,3% são obesas. Entre os adolescentes de 10 a 19 anos, 20,5% têm excesso de peso; e 4,9% apresentam obesidade. A capital com maior número de crianças na faixa de 13-14 anos obesas é Porto Alegre, com 20,1%.

Segundo a nutricionista Carmen Padilha Ortiz, responsável pela Coordenação Geral de Política de Alimentação e Nutrição na Saúde Municipal em Livramento: “Nós temos o controle, no município, das crianças obesas, e geralmente nas 9 unidades básicas de saúde todas as crianças são pesadas e medidas, quando é verificado se a vacina está em dia e se a criança está mamando no peito ou não. Também tem os atendimentos clínicos, que são feitos para diagnosticar se a criança está com sobrepeso. O percentual de crianças na faixa-etária de 0 a 9 anos que estão com peso elevado é de 11,18%, nos dados avaliadas em 2012. Hoje, os adolescentes também estão com excesso de peso, e o alerta se intensifica, pois a obesidade é 8 vezes maior do que a desnutrição nas crianças, atualmente. A mudança de hábitos alimentares deve ser o primeiro passo para cuidar da criança obesa. Não adianta fazer dieta milagrosa, e a família deve incluir no cardápio da criança 5 refeições diárias balanceadas, várias vezes ao dia, alimentos saudáveis e atividades físicas diárias. Não é preciso excluir do cardápio da criança nenhum tipo de alimento”, observou a coordenadora.

Endocrinologista Carlos Bayard Rodrigues

De acordo com o endocrinologista Carlos Bayard Rodrigues, “é alarmante o aumento do índice de obesidade infantil nos últimos 10 anos, e os dados epidemiológicos são assustadores. O principal motivo da elevação do peso nas crianças é a obesidade afetiva, quando os pais fornecem hiper-alimentação para os filhos. Outro fator importante na obesidade é a falta de exercícios físicos. Na minha opinião, ao invés de disponibilizar computadores nas escolas, deveríamos dar uma educação física um pouco mais efetiva. Ou seja, estão deixando as crianças cada vez mais presas a imagens, do que fazendo atividades físicas – o peso sempre será uma relação do que se come com o que se gasta. Cada vez mais se ingere mais calorias e se gasta menos”, explicou o médico.

Outro fator agravante é a obesidade adulta. Segundo o endocrinologista, “hoje se tem uma grande quantidade de crianças com diabetes, por causa da resistência insulínica, com o ganho de peso. Um outro fator que aumenta o índice da obesidade infantil são as hipertensões arteriais. Eu acho que a obesidade infantil traz reflexos importantes na personalidade da criança, já que ela, desde cedo, começa a ter uma ideia da sua imagem que não é muito favorável, o que faz com que sua autoestima seja baixa, e ainda traz transtornos psicológicos. Cada vez mais nós temos que incentivar um aumento de atividade física, fazendo a criança caminhar, e trazer para a mesa mais alimentos naturais do que alimentos industrializados, que talvez sejam o principal mal para a saúde infantil”, destacou Carlos Bayard. Ele ainda finaliza deixando um recado: “Não tem idade para começar a fazer atividades físicas, as crianças têm que começar a se tratar desde o momento em que se detecta a obesidade, e isso pode acontecer com um ano e meio de vida”, avaliou.

Preocupada com o filho, Maria Cristina resolveu procurar ajuda médica. “Minha primeira preocupação foi com a saúde, me chamou a atenção depois de um alerta feito nos meios de comunicação, onde algumas crianças com ansiedade comem o dia inteiro. Em segundo lugar, não estava encontrando roupa adequada para ele, ou seja, ele tem apenas 4 anos e está vestindo o tamanho 16. Como mãe, resolvi aderir à reeducação alimentar solicitada pela nutricionista e vou manter o tratamento para que o meu filho não faça parte desta estatística de crianças obesas”, finalizou Maria Cristina.

 

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