Vigilância alerta sobre a proibição da criação de animais de grande porte na cidade

Carmen Simões Costa

Nesta época do ano, no Rio Grande do Sul, muitas pessoas trazem para a cidade animais de grande porte – cavalos e éguas – para o desfile do dia do gaúcho, que acontece no dia 20 de setembro. Uma questão que muitas pessoas debatem é se a permanência desses animais no perímetro urbano é permitida. Com isso, a equipe de reportagem do jornal A Plateia foi saber da Vigilância Ambiental se a criação destes animais na cidade está dentro da legalidade.

De acordo com Carmem Celia Mota Simões Costa, coordenadora da Vigilância Ambiental, existe um código de postura da cidade, onde está especificado que se uma pessoa estiver criando um animal, seja ele qual for, e um vizinho se sentir incomodado, seja pelo barulho ou pela falta de higiene, pode ir até a Vigilância Sanitária e realizar uma reclamação, ou até mesmo uma denúncia. “Se a reclamação proceder, nosso pessoal pede para o proprietário do local ou dono do animal encaminhá-lo até a zona rural, lugar próprio para criação de animais de grande porte – cavalos, vacas, bois, enfim”, salientou ela.

Carmem destacou que se o animal for de pequeno porte é solicitado ao proprietário a redução do número de animais, já que o código de postura da cidade determina, inclusive, a quantidade de animais permitida. “Em relação aos cavalos, como nossa cidade é tradicionalista, é comum essa vinda dos animais para a cidade. É comum, não quer dizer que é legal, deixo isso bem claro”, explicou a coordenadora. Ela falou, ainda, que se houver uma denúncia, o dono do animal tem até quinze dias para destiná-lo a um lugar próprio para a criação. “Saliento que a criação e permanência de animais de grande porte na zona urbana são proibidas, sendo que qualquer pessoa pode denunciar, comparecendo na Vigilância Sanitária”, ressaltou.

ZOONOSES EQUINAS

Algumas zoonoses são transmitidas polos equinos, por isso, é importante a vacinação dos animais. Lembrando que cavalos não podem ser criados na zona urbana.

- ACTINOBACILOSE : Actinobacillus é transmitido por contato ou mordida. Presente na microbiota da orofaringe, provoca abcessos nas mãos e braços. Pode levar à septicemia. Tratamento local ou sistêmico com antibioticoterapia.

- ENCEFALOMIELITE EQUINA: Alphavirus é transmitido por meio de picada de mosquitos contaminados. Equinos devem ser anualmente vacinados. Após incubação de 2-3 dias, provoca infecção do sistema nervoso, com sinais respiratórios, dores fortes na cabeça. fotofobia, mialgia, febre alta e prostração. Vômitos são frequentes. Tratamento somente com terapia de suporte.

- ANTRAX: Contaminação por meio do solo, fluidos corpóreos, fezes, urina, pele e esporos de Bacillusanthracis. O local contaminado na pele do humano desenvolve pápulas inicialmente, as quais evoluem para pústulas enegrecidas e edematosas, associadas a lanfadenite e linfangite. Pode causar febre, vômito e hipotensão. O tratamento é realizado com antibióticos.

- INFLUENZA A: O vírus da influenza é transmitido aos humanos por aerosol e descargas nasais. Podem causar febre e sinais respiratórios, com risco de facilitar as infecções bacterianas oportunistas. O tratamento consiste na terapia de suporte.

- LEPTOSPIROSE: A Leptospirainterrogans é transmitida ao humano principalmente pelo contato com a urina. Provoca febre alta, dores de cabeça, sinais de irritação das meninges, tosse seca, dores musculares, hemorragias e conjuntivite. Observam-se também dores abdominais, perda de apetite, nausea, vômitos e diarreia. O tratamento é realizado com antibioticoterapia.

- RAIVA: O vírus é transmitido pela saliva ou sangue do animal infectado. O humano infectado apresenta febre, dores de cabeça, paralisia, fúria. Não há tratamento eficaz. A vacinação anual dos animais é obrigatória.

- SALMONELOSE: A Salmonellaenterica é transmitida aos humanos por meio do contato com as fezes dos equinos. Os sinais clínicos são náusea, vômito, diarreia, desidratação, febre, podendo os sintomas durarem até 7 dias. Tratamento somente de suporte.

- VERMINOSES: Podem ser causadas por Trichinellaspirallis por contato com as fezes contaminadas. É muito importante realizar a vermifugação dos equinos a cada 4 meses. A infestação causa dores abdominais, diarreia, náusea, febre, dores musculares. Pode haver complicações neurológicas. O tratamento é realizado com vermifugação e corticosteróides. 

Denúncias:
Para realizar alguma denúncia, a pessoa precisa ir pessoalmente à Vigilância Sanitária, localizada atrás da Unidade Básica de Saúde Dr. Carlos Ivoney Moreira Guedes, e preencher um formulário.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.