Mesmo sem campanha, vacinação antirrábica de cães e gatos continua necessária

Após extermínio dos focos de raiva herbívora na cidade, prevenção através de imunização de animais domésticos foi substituída por controle dos morcegos  

Carmen Simões Costa, coordenadora da vigilância ambiental do município

Como foi realizada em anos anteriores, a população santanense aguardou este ano, novamente, a campanha de vacinação antirrábica de cães e gatos, mas, conforme informou a Vigilância em Saúde, essa forma de prevenção não deve acontecer, tendo em vista que o foco da campanha do governo do Estado mudou, realizando o trabalho em morcegos, transmissores da doença.

Há alguns anos, foi descoberto o foco de raiva herbívora vinda do Uruguai, que atacou bovinos e equinos e deixou o Rio Grande do Sul em alerta. A doença é transmitida pelo morcego hematófago, presente na zona rural do município.

A Secretaria Estadual de Agricultura coordena a vacinação dos animais e controle dos morcegos na zona rural, e a Secretaria Municipal de Saúde é responsável pelo bloqueio do foco. “Por exemplo, se morreu um bovino ou equino em determinada propriedade, fazemos o bloqueio de vacinação de cães e gatos na zona rural, como forma de prevenção. O Estado mandava as vacinas e todo o material e fazíamos um círculo preventivo num raio de 300 metros de onde apareceu o foco”, explicou Carmen Simões Costa, coordenadora da vigilância ambiental.

Como existem morcegos vivendo em certas regiões da zona urbana, a campanha foi continuada por alguns anos, imunizando cães e gatos. “Os morcegos que estão alojados na cidade não são hematófagos, pois esses vivem em locais mais afastados. Os morcegos que vivem na zona urbana se alimentam de insetos e néctar”, lembrou a coordenadora.

Desde o ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde iniciou um novo programa de monitoramento de morcegos na zona urbana, o que tirou a necessidade de vacinação dos animais domésticos. “A equipe já esteve aqui na cidade umas três vezes e os acompanhamos para locais onde tem grande quantidade de morcegos, como o bairro Armour. Todos esses animais são examinados, recolhemos material e todas as vezes que realizamos esse procedimento, o resultado foi negativo”, ressaltou Carmen.

Tendo em vista a negativa dos exames, não há motivo para realização de grandes campanhas como as realizadas nos outros anos. “Porém, isso não quer dizer que as pessoas não vacinem seus cães e gatos. A vacinação é muito importante, como investimento na prevenção, uma vez que a raiva não tem cura”, alertou a coordenadora. Ainda segundo ela, a vacinação deve ser realizada uma vez ao ano, principalmente em animais que vão até a zona rural.

Agravo 

Agravo é o nome da expressão utilizada quando uma pessoa é mordida por um cão ou ferida por um gato. O procedimento recomendado pela vigilância é procurar imediatamente uma unidade de saúde para encaminhamento a uma consulta, onde o médico irá indicar as vacinas necessárias, de acordo com o ferimento. Também é necessário que a pessoa se dirija até a Vigilância Ambiental, que fica junto à Vigilância Sanitária, para que sejam tomadas medidas com relação ao animal.

 

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