Dólar nas alturas

A alta da moeda norte-americana chega a 5,87% somente neste mês, e free shops de Rivera dizem que movimento é o pior do ano

Sábado, 17: considerado o pior movimento no comércio de Rivera até o momento

Os free shops de Rivera viram o movimento diminuir agressivamente neste sábado, 17 de agosto. Com o aumento crescente do dólar, o movimento costumeiro e esperado de turistas, no comércio não foi registrado. Os encarregados e os gerentes dos free shops declararam que já há uma especulação na queda das vendas em torno de 30% a 40%, considerando como o pior fim de semana do ano, até o momento.

O comércio de Rivera opera como um verdadeiro termômetro em época de valorização do dólar. Por se tratar de uma área com predomínio comercial, onde os free shops enfileirados ao longo de ruas inteiras são o principal atrativo turístico, a queda no movimento é sentida quase instantaneamente: com o aumento dos preços de artigos importados – as vendas despencaram, quando a moeda americana sobe.

Free shops realizam promoções na tentativa de atrair consumidores mesmo com a alta do dólar

Como todos os itens são comercializados em dólar, o impacto nas vendas é praticamente o mesmo sobre todas as linhas de produto, que vão desde perfumes e artigos esportivos até bebidas e eletrodomésticos. Para driblar o câmbio valorizado e recuperar as vendas, os lojistas sacrificam uma margem de seus lucros e mantêm os itens a preços atrativos, recorrendo a ofertas e descontos até que a moeda volte a ter cotações mais baixas.

Uma das estratégias comerciais adotadas é receber o dólar a valores mais baratos. Dessa forma, os consumidores podem encontrar produtos que, com a moeda valorizada, custariam em torno de 17% a mais pelo mesmo preço cobrado em períodos de dólar regular. Na maioria das lojas, o preço dos produtos segue a cotação praticada pelo mercado.

Outro fato que expressa grande preocupação dos consumidores é a forma de pagamento. Com a alta da moeda americana e a escolha pelo pagamento em cartão de crédito, o mais utilizado pelos turistas, fica a indecisão. De acordo com a turista de Santa Maria – RS, Brunella Moraes, “a incerteza sobre quanto a moeda vai custar daqui a 30 dias, quando chegar a fatura, produz certa desconfiança, que se traduz na compra”, observou.

Mirian Silveira, gerente de um free shop de Rivera há onze anos, declara: “Este sábado, nós tivemos pouquíssimas vendas, e o turista, o público que compareceu no free shop, foi irrelevante, e com menor poder aquisitivo para compras. Os turistas que compram muito, não compareceram para realizar suas compras, devido à alta do dólar”, esclareceu.

De acordo com o Chefe da 11ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal de Sant’Ana do Livramento, Valmir Souza, “no fim de semana passado, houve realmente uma queda bem grande em relação a ônibus de turismo e carros passando pela rodovia, podendo considerar como uma queda de 30% a 40%”, avaliou.

O jornal A Plateia procurou o Presidente da Associação de Comércio de Free Shops de Rivera, Rodrigo Varela, para esclarecimentos em relação às vendas e à alta do dólar, mas ele está em viagem.

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