Funcionários da Santa Casa param 1 hora por turno a partir de hoje

Categoria decidiu em assembleia as paralisações temporárias para protestar contra atraso nos pagamentos e por reajuste de 15% nos salários, mantendo aberta a negociação com a direção

Funcionários do hospital estão em vigília no conhecido espaço, na frente do hospital

Cumprindo decisão definida em assembleia, realizada às 13h30 de sexta-feira, os funcionários do hospital Santa Casa de Misericórdia começam, a partir da manhã de hoje, a fazer paralisações de uma hora em cada turno de atividade, em protesto pelo atraso nos pagamentos e em favor do aumento na ordem de 15% nos salários. “A categoria vem suportando momentos de grandes dificuldades na tentativa de não prejudicar o hospital e a comunidade. Mas não podemos pensar só nos outros, quando em nós parece que ninguém pensa”, justifica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Saúde-Sindisaúde de Livramento, Silvio Madruga.

Segundo ele, já havia sido solicitado à direção do hospital que os salários fossem pagos até o 5º dia útil do mês subsequente, o que não ocorre. “Até hoje, os trabalhadores só recebem seus salários depois que o SUS faz o repasse do pagamento dos serviços prestados pelo hospital, quase na metade do mês seguinte. Antes disso, pagam os fornecedores. O que queremos é que se inverta esse processo e que os trabalhadores sejam mais valorizados”, explicou.

A pauta de reivindicações dos trabalhadores pontua especialmente a questão do atraso nos salários e o reajuste com ganho real para a categoria. O diretor administrativo da hospital, Adolfo Ferreira, confirmou ontem que a contra-proposta do hospital é de repôr apenas o índice do INPC do período, de 7,6%. “Nós sabemos que temos que atender às necessidades dos trabalhadores, mas primeiro temos que pensar na atividade fim do hospital, que é atender a população. O pagamento do ganho real pedido por eles praticamente inviabilizaria esses outros atendimentos”, explicou o Administrador.

Inicialmente, segundo Silvio Madruga, a categoria fez um pedido de 20% de aumento, mas, diante da reação contrária da direção, a proposta recuou para 15%. “Queremos manter a conversação com a direção, por isso colocamos esse novo índice, um pouco menor, mas insistimos que queremos o INPC e um ganho real”, reforça.

O diretor Adolfo garante que o hospital vem procurando atender aos pedidos dos trabalhadores. “A reivindicação contemplava três itens, que são a reposição do INPC, o ganho real e ainda um aumento no vale-alimentação. A direção atendeu a dois itens, desses três, que são o INPC do período e o aumento de R$ 20,00 no vale-alimentação, mas o ganho real não será possível atender”, disse.

Adolfo Ferreira garante que os pacientes não precisam se preocupar com as paralisações anunciadas. “Serão paralisações de uma hora por turno, e mesmo assim eles não vão parar totalmente. Sempre haverá funcionários para atender à população”, concluiu.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.