Sindisaúde continua mobilizado

Reivindicações dos trabalhadores são por fim dos atrasos e dissídio salarial

Sindisaúde permanece até segunda ordem na praça Oriovaldo Greceller

Após o ato realizado entre os funcionários da Santa Casa de Misericórdia (na última segunda-feira, 17), com a presença do sindicato da categoria – Sindisaúde –, que resultou em paralisação por uma hora, o Sindisaúde permanece mobilizado na praça Oriovaldo Greceller, em frente ao hospital.

No início da semana, os trabalhadores paralisaram para reivindicar o fim dos sucessivos atrasos salariais, tendo em vista que, segundo a lei, os trabalhadores devem receber o pagamento até o quinto dia útil. “Estamos recebendo no 18°, 20° dia útil, e isso faz com que os trabalhadores venham se endividando com sucessivos meses de atraso. Chamamos a direção do hospital e, mesmo com as legítimas explicações deles, os trabalhadores e o sindicato definiram, após o pagamento do salário do mês ter sido realizado no mesmo dia da assembleia, que nos próximos meses, se até o quinto dia útil a Santa Casa não prover os recursos para pagar os funcionários, faremos nova paralisação, de uma hora pela manhã e uma hora pela tarde, até o pagamento acontecer”, explicou o presidente do Sindisaúde, Silvio Madruga.

Adolfo Ferreira, provedor da Santa Casa

Outra demanda dos trabalhadores e do sindicato diz respeito ao dissídio coletivo, tendo em vista que a data-base da categoria é 1º de maio. “Já foi entregue a proposta dos trabalhadores para a empresa. Tivemos duas reuniões, em que não chegamos a um acordo, pois a Santa Casa não aceitou a proposta dos trabalhadores. A proposta do hospital é reajustar só o índice do INPC, e isso foi rejeitado pelos trabalhadores. Nós temos que ter ganho real”, salientou Silvio.

A diretoria do Sindisaúde informou que ficará mobilizada na praça enquanto os trabalhadores julgarem necessário, e como forma de alerta à direção do hospital e também mobilizando a comunidade.

Procurado pela reportagem de A Plateia, o provedor da Santa Casa de Misericórdia, Adolfo Ferreira, confirmou que a direção do hospital recebeu, recentemente, do sindicato, correspondência estabelecendo suas reivindicações. “A Santa Casa, através de sua administração, está examinando o tamanho financeiro da solicitação e cuidando para atender naquilo que estiver dentro das possibilidades financeiras”, assegurou.

O provedor afirmou, ainda, que não está completamente formado pela mesa administrativa um resultado, mas algumas decisões podem ser informadas, como o INPC, que será 100% atendido. “Isso é uma obrigação legal que a Santa Casa, sem sombra de dúvida, terá que cumprir. Vamos também oferecer mais R$20,00 no vale-refeição e não temos ainda formatado um juízo sobre o percentual de aumento real do salário dos trabalhadores”, explicou.

Sobre a paralisação dos trabalhadores e a mobilização do sindicato em frente ao hospital, Adolfo Ferreira considerou: “A classe dos trabalhadores está mostrando o tamanho da sua força e desejando gerar motivação para que possamos resolver como eles desejam. Infelizmente, passamos por dificuldades financeiras graves”.

O provedor contou que, ontem, esteve em Porto Alegre, em busca de uma reivindicação séria, tendo em vista que o hospital, segundo ele, prestou serviços por seis meses sem receber um centavo do governo do Estado em relação à UTI II. “São quase 700 mil reais que não recebemos. Por isso, há uma escassez financeira. Vamos aproveitar a presença do secretário estadual de saúde, Ciro Simoni, e vamos mostrar a ele o tamanho de nossa reivindicação e o quanto precisamos de recursos para atender a classe trabalhadora, que merece receber o que está solicitando”, destacou.

Em relação aos atrasos salariais, Adolfo Ferreira explicou que eles ocorrem porque, atrelado a esse pagamento, está o dinheiro da contratualização do SUS, que sempre é repassado em atraso para a Santa Casa. “Todo esse dinheiro que recebemos é destinado ao pagamento da folha dos funcionários. E não temos outra fonte alternativa”, relatou.

Uma alternativa para a resolução dessa situação, segundo Adolfo Ferreira, é motivar um banco a adiantar esse valor no início do mês, para pagar os funcionários em dia e, após, à instituição para ser devolvido até o dia 16 ou 17, quando o repasse do SUS é feito.

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