Funcionários do BIG de Livramento aderem à primeira greve

A Brigada Militar estava no local para garantir a segurança de todos

Os funcionários do Hipermercado BIG de Sant’Ana do Livramento estão em greve, decidida em assembleia, realizada na última quarta-feira (12). Ontem, foi o primeiro dia da paralisação, marcado por uma mobilização que reuniu cerca de 54 funcionários da empresa, juntamente com o Sindicato dos Empregados no Comércio.

João Carlos Gonzalez, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Livramento

De acordo com Clair Dutra, chefe de sessão no Hipermercado, a principal reivindicação é com relação ao salário, que está abaixo do piso desde 2011. Desde essa data, os funcionários não têm recebido o dissídio salarial, defasando, assim, o salário da categoria. O chefe de sessão citou o exemplo do piso comercial do Wall Mart, que hoje está em R$ 696,00, quando o piso da categoria é de R$ 805,59. “Nós tentamos vários acertos com a diretoria, no entanto não tivemos resposta, pois a empresa não aceita negociações. Então, o sindicato procurou nossos direitos através da justiça”, desabafou Clair, completando ainda que os trabalhadores pretendem, com a paralisação, o complemento salarial retroativo dos anos de 2011 e 2012, e o ajuste de 2013, deixando o piso igualmente ao das demais empresas da cidade.

O chefe de sessão esclareceu que a decisão por parte do sindicato já estava tomada há algum tempo, mas que, no entanto, estavam sem o apoio da classe dos trabalhadores. No momento em que os funcionários resolveram apoiar a paralisação, foi posta em prática, sendo que até a tarde de ontem a empresa Wall Mart não deu uma resposta aos trabalhadores em relação à proposta feita por eles. Também segundo Clair, os representantes da empresa ainda fizeram certa pressão em relação à paralisação, dizendo que aqueles que aderiram à greve não irão conseguir outro emprego no comércio. “Só estamos reivindicando o que é nosso por direito”, avaliou ele, destacando que não são pagas as horas extras, que vão para o banco de horas e posteriormente são descontadas em folga, sendo que o domingo também não é pago. De acordo com Clair, nas demais empresas, os funcionários trabalham até as 13h e no BIG o expediente vai até as 21h, e muitas vezes o feriado é usado como forma de descontar as folgas dos servidores. “A greve continuará até que obtenhamos a resposta desejada”, finalizou Clair.

Elaine Jaques Alves, 34 anos, trabalha na tesouraria da empresa

“Muitos de nós têm filhos, e com o salário que eles nos pagam não temos nem como manter uma escolinha, nunca deixamos eles na mão, sendo que esse é o valor que eles nos dão. Já faz oito anos que eu trabalho no BIG e sempre quando houve reajuste, foi através de muitas manifestações de insatisfação”, Elaine Jaques Alves, 34 anos, trabalha na tesouraria da empresa.

 

 

 

 

Clair Dutra, chefe de sessão no Hipermercado

“Estamos unidos nesta manifestação de nossos direitos para recebermos um salário melhor. Todas as empresas de Livramento já reajustaram os salários, e somente o BIG ainda não reajustou. Temos família, e o salário que ganhamos não dá para nada, já subiu três vezes e o nosso permanece”, Teófilo Cardoso, 36 anos, locutor da empresa.

 

 

 

 

Graciele dos Santos de Campo, operadora de caixa

“Nem almoço com a família nos domingos realizamos, não tem empacotador, as operados de caixa têm que pesar no caixa, atender o cliente perfeitamente, oferecer serviços financeiros, recargas para celular, vale-gás, nota fiscal gaúcha e ainda temos que empacotar”, Graciele dos Santos de Campo, operadora de caixa.

 

 

 

 

 

Teófilo Cardoso, 36 anos, locutor da empresa

“A empresa não negociou, impôs que os funcionários abrissem mão do retroativo de 2011, sendo que pagariam apenas a partir de 2012, alguns aderiram e estão trabalhando. O trabalhador tem direito a todo o tempo que não recebeu e ainda com incidências em férias, Décimo Terceiro, quebra de caixa, quinquênio, enfim, todas as cláusulas financeiras”, João Carlos Gonzalez, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Livramento.

 

 

 Reivindicações dos trabalhadores da empresa Wall Mart, BIG

- Reajuste no piso salarial de 12%;
- Fim do banco de horas;
- Quarenta horas semanais;
- Licença Maternidade de 180 dias;
- Descanso nos domingos e feriados.

Trabalhadores da Santa Casa paralisam por uma hora

Medida foi um alerta contra o atraso salarial

Funcionários da Santa Casa paralisaram por uma hora, na manhã de ontem

No início da manhã de ontem, aconteceu, em frente ao prédio do Hospital Santa Casa, uma assembleia dos servidores, com a presença do presidente do sindicato de saúde, Silvio Madruga.

Os colaboradores da Santa Casa decidiram pela paralisação de uma hora em virtude dos sucessivos atrasos nos repasses dos pagamentos dos servidores. A mobilização contou com um significativo número de funcionários, que aguardaram a chegada do administrador do hospital, Dr. Carlos Alberto Vieira, e do provedor Adolfo Ferreira.

Após chegarem ao local, o administrador e o provedor foram até a concentração de trabalhadores. Silvio Madruga afirmou que todos os trabalhadores conhecem os processos de repasse salarial, mas que, mesmo assim, não aguentam mais ver suas contas atrasadas por receberem depois do 15° dia útil do mês.

O Dr. Carlos Alberto Vieira respondeu dizendo que tem conhecimento dos atrasos, mas que o repasse deste mês já estava sendo colocado no banco, ainda na manhã de ontem (17).

Em relação à reivindicação dos funcionários, no sentido de pedir uma reversão desse atraso, o administrador afirmou que esse trabalho está sendo realizado desde que a atual gestão começou a atuar. “Entendemos que o hospital é empresa e deve trabalhar como tal, inclusive com lucro. Pois é do lucro que tiramos o aumento do funcionário. O repasse do SUS é sempre inferior à inflação, e estamos tentando duas coisas: renegociar com o Ministério da Saúde, processo que está em Brasília, na mesa do Ministro da Saúde. Também estamos aguardando o perdão fiscal, em que a presidente deveria homologar por esses dias. Com isso, teremos uma folga financeira e, com isso, queremos normalizar os atrasos e também melhorar o salário dos funcionários”, destacou.

Silvio Madruga ressaltou que os funcionários são prejudicados com essa situação e que é necessário um elo para que os trabalhadores possam sempre ser informados dos problemas que o hospital possa estar enfrentando. “Quando ocorrerem problemas como esse, procurar a prefeitura e pedir ajuda seria uma saída”, ponderou.

O provedor Adolfo Ferreira manifestou-se dizendo que mais do que ninguém ele entende e compreende inteiramente as dificuldades pelas quais o hospital está passando. “Infelizmente, temos um modelo funcional extremamente voltado para a recepção do dinheiro público (SUS). Quando o dinheiro público atrasa, o hospital entra em crise. Todos nós temos interesse em resolver esses problemas. Peço que confiem em nós, porque vamos resolver”, salientou. O provedor completou respondendo à pergunta do líder sindical, esclarecendo que a prefeitura municipal já foi procurada: “Já procuramos o prefeito, mas a resposta é sempre a mesma: “Não temos dinheiro para dar para a Santa Casa”. Na quarta-feira, está programada uma visita da secretária municipal de saúde e do prefeito municipal, com o secretário estadual Ciro Simoni, ao hospital. Peço a ajuda de vocês em relação a essas visitas, expondo essas questões para eles também”, finalizou.

O líder sindical colocou-se inteiramente à disposição para participar de quaisquer reuniões relacionadas ao tema.

O próximo setor que possivelmente receberá um manifesto público será o setor de transporte público municipal, tendo em vista a mobilização anunciada para a próxima quinta-feira (20). 

Reivindicações dos trabalhadores da Santa Casa

- Aumento salarial;
- Fim dos atrasos no salário;
- Projetos de reformulação para o hospital;
- Qualidade de trabalho, dimensionamento de
pessoal.

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