Trabalhadores ambulantes: o sustento encontrado caminhando pelas ruas da cidade

Salgados ou doces fazem sucesso tanto no centro, quanto nos bairros

Vendedores ambulantes são costumeiramente encontrados tanto nas ruas centrais, quanto nos bairros de Sant’Ana do Livramento. Doces, pastéis e bebidas, como cafezinho e chocolate quente, estão entre os produtos comercializados, principalmente, entre os trabalhadores das lojas. A prática garante o sustento de muitas famílias que têm por chefes, profissionais dedicados que trabalham, inclusive, os sete dias da semana.

Gildo Paz vende pastéis há, pelo menos, três anos

Gildo Paz e a esposa Patricia, ambos de 40 anos, trabalham com venda de lanches há 10 anos. Porém, desde 2010, o casal decidiu direcionar o negócio para os pastéis. “Já vendemos esfirras, croissants, cucas, alfajores, meias-luas”, contou Gildo. Mas por que Gildo decidiu vender pastéis e não outro tipo de alimento? Segundo ele, quando o casal veio para Livramento, encontrou o terminal de ônibus como ponto ideal para as vendas. E eles pensaram em algo que pudesse ser produzido próximo ao local e que fosse quentinho, feito na hora. “Tanto eu, quanto minha esposa sempre fomos vendedores ambulantes, já vendemos muito de porta em porta. Desde criança eu vendia pastel, minha família se sustentava com essa venda. Poderíamos trabalhar com cachorro-quente, que é um lanche comum, muita gente vende isso, mas buscamos sair do usual e vender algo diferente e popular ao mesmo tempo”, explicou ele.

O empreendimento deu certo, e hoje Gildo é conhecido no terminal de ônibus por anunciar a sua chegada de forma simpática e irreverente, como quando diz: “Essa é a chamada das 12h”, sempre variando, de acordo com o horário em que oferece o produto.

Todos os dias, Gildo inventa frases rimadas de acordo com acontecimentos do dia a dia, para chamar a atenção dos milhares de clientes que passam por aquele trecho da Avenida Tamandaré. “Vender, para mim, é uma diversão, sinto prazer em trabalhar nisso e, com isso, supero o cansaço das muitas horas de trabalho”, destacou o vendedor, salientando que seu trabalho é realizado diariamente, “na base da superação”.

A escolha do terminal de ônibus como ponto de venda, segundo o casal, surgiu da busca por um local em que circulasse grande número de pessoas. “Quando pensei nos ônibus, foi primeiramente pelos cobradores e motoristas, para dar uma opção a eles. Depois, comecei a perceber que os passageiros eram consumidores em potencial, e fizemos esse direcionamento”, concluiu.

Pedro Machado trabalha vendendo doces pelo centro e bairros da cidade

Já Pedro Machado, de 59 anos, comercializa doces como amendoim, carrapinhada, rapadurinhas e até bolachinha recheada. Segundo ele, para garantir que o dia de vendas seja satisfatório, é necessário caminhar bastante, no centro e nos bairros da cidade.

As iguarias preferidas da população são a carrapinhada e o amendoim, e Pedro chega a vender, diariamente, 40 unidades de cada produto. Nos dias de chuva, obviamente, as vendas diminuem bastante, influenciando no lucro. “O salário é razoável, e os dias de chuva, com certeza, atrapalham bastante, e vendemos muito pouco”, contou Pedro, que trabalha de domingo a domingo, empurrando um carrinho.

As tradicionais carrocinhas de rapadura quentinha, que antigamente eram carregadas por um burrinho, e hoje em dia são levadas apenas pelo vendedor, como é o caso de Luiz Alberto, 40 anos, continuam fazendo sucesso entre os santanenses. Segundo Luiz Alberto, para vender, não dá para ficar parado. “Vou todos os dias, tanto ao centro, quanto aos bairros, e a população costuma comprar mesmo é depois das três horas da tarde”, informou.

E os clientes percebem a chegada do vendedor apenas pelo barulho do sininho afixado na carrocinha, um diferencial nas vendas. “Tenho clientes fixos também, que me compram sempre. Por isso, dá para garantir o sucesso nas vendas todos os dias”, afirmou. De acordo com o vendedor, o rendimento é satisfatório, principalmente, nos fins de semana, quando vende até 150 pacotinhos contendo quatro rapadurinhas.

Você costuma comprar lanche na rua? 

“Prefiro comer em casa. Não tenho o costume de lanchar na rua”
Cathia Zart, 43 anos

 

 

 

“Muito raramente eu como algo na rua, deixo para fazer meu lanche quando chegar em casa. Prefiro não comprar se não conheço o vendedor e se não sei como o alimento foi produzido”,
Felipe Campos, 20 anos

 

 

“Com certeza. Quando eu trabalhava, comprava lanche todos os dias, pois era mais prático do que estar indo em casa ou ter que preparar algo e levar para o trabalho. Os ambulantes, então, são melhores ainda, porque vão até nós, levar o produto”.
Lurdes Techera, 50 anos, na foto com a filha Luana

 

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