As formas de se conectar à internet, disponíveis em Sant’Ana do Livramento

Técnicos falam a respeito da internet via rádio e ADSL

Os trabalhos realizados pelos profissionais que estão colocando os cabos

A internet é um meio de comunicação que engloba vários outros que já existiam, como telefone, correios, etc. Cada vez mais, jornais e revistas estão adaptando seus conteúdos e formatos e oferecendo-os na internet. A facilidade de comunicação e acessos a informações e conhecimentos faz com que muitas pessoas substituam os telefonemas, a ida à banca de jornais, por um acesso ao computador. A internet já faz parte da vida de crianças e adolescentes. É constante a correspondência entre jovens pela internet; realizam trabalhos escolares, conversam por meios de programas como skype, MSN, facebook, e-mail, e outros. 

O que é Internet Via Rádio?

A internet via rádio é uma forma de tecnologia de comunicação de dados através de ondas de rádio. O nome Wireless vem do inglês, significando sem fio, sendo comumente utilizado no meio da informática para designar as tecnologias que permitem comunicação sem conexão física direta entre equipamentos. Isso se dá através de ondas de rádio. 

Como funciona?

Possui um ponto de transmissão central, localizado em posição estratégica, que irradia o sinal para nossos outros pontos de repetição, dando uma cobertura ampla e com qualidade para Pancas e regiões.

Há várias tecnologias que possibilitam acesso a internet. Uma das mais conhecidas é o ADSL. Sigla para Assymmetric Digital SubscriberLine (algo como “Linha Digital Assimétrica para Assinante”), este padrão é bastante popular, porque aproveita a infraestrutura da telefonia fixa, permitindo conexões velozes a preços relativamente baixos.

Segundo Luis Antônio Gonzalez, técnico da Nexus Informática, o que se tem em Livramento em quesito internet são basicamente dois serviços: via rádio e ADSL via linha telefônica. O sistema 3G não funciona em Sant’Ana do Livramento, só existe uma operadora que presta o serviço – a Vivo -, no entanto, como nenhuma das outras tem, acaba sobrecarregando o serviço da operadora. “Internet via rádio funciona, e funciona muito bem”, destacou Gonzalez. 

O que precisa para se ter Internet via rádio?

De acordo com o técnico, é necessário que tenha uma visualização direta sem nenhuma barreira ou restrição, para um dos pontos repetidores, que estão espalhados. Hoje, a Nexus tem nove torres, ao redor da cidade, o que faz com que em quase todos os lugares do município se tenha o sinal. Na casa do cliente, é instalada uma antena, direcionada para uma das torres, que irá transmitir o sinal para essa antena, que por sua vez transmitirá ao computador do usuário, através de um cabo.

Muitas vezes, acontece de a pessoa assinar uma determinada velocidade, que não acaba chegando por completo até a casa do usuário. Esse fato se dá pelo motivo de que as operadoras, segundo a regulamentação da Anatel, têm que garantir para o cliente, no mínimo, apenas 10% da velocidade contratada. Então, acaba que o usuário, mesmo se reclamar, não terá esse problema regularizado. “Se o usuário contrata o serviço de 1 Mega, e na casa dele chegar 100k, está dentro do limite previsto pela Anatel”, destacou Gonzalez.

De acordo com o técnico, a Anatel prevê que até outubro deste ano, segundo resolução da presidente, todas as empresas que provêm serviço de internet, sejam elas quais forem, deverão garantir, no mínimo, 60% banda.

A Nexus tem em torno de dois mil e duzentos assinantes em Livramento. Essas pessoas não querem o vínculo com a operadora de telefonia, pois a assistência local garante a qualidade dos serviços prestados pela empresa, localizada no município. Ainda segundo Gonzalez, se o cliente reclamar do serviço, no máximo em 24 horas é resolvido o problema diagnosticado pelo usuário – em raros momentos, em 48 horas. 

A distribuição de rede entre vizinhos

Gonzalez afirma que não é ilegal que a pessoa distribua o sinal da antena instalada na residência dela. “O técnico vai lá, instala a antena, e é um problema dela o que faz com o sinal”, disse ele, ressaltando que há uma interferência na velocidade do sinal recebido, pois serão vários computadores conectados ao mesmo tempo, ou seja, se o cliente quiser distribuir o sinal para três ou quatro vizinhos, o único prejudicado será ele. 

O que é ADSL?

Segundo Sergio Oliveira, proprietário da Via-Expressa, quando a internet começou a se popularizar, a maioria das pessoas usava conexões dial-up, conhecidas como “conexões discadas”. Para isso, era necessário conectar o computador a um modem e este, por sua vez, a uma linha telefônica. Em seguida, o usuário tinha que utilizar um programa específico para discar ao número de um provedor, de forma a estabelecer a conexão.

De acordo com o empresário, o problema é que conexões discadas oferecem muitas desvantagens: são lentas – por padrão, suportam até 56 Kb/s (kilobits por segundo) -, deixam a linha telefônica ocupada, estão sujeitas à tarifação convencional por minuto de uso e podem apresentar instabilidade, fazendo com que uma nova conexão tenha que ser estabelecida de tempos em tempos.

A tecnologia ADSL, cujo surgimento se deu em 1989, se mostra como uma alternativa viável, porque também utiliza a infraestrutura da telefonia convencional (tecnicamente chamada de POTS, de Plain Old Telephone Service), mas o faz sem deixar a linha ocupada. Além disso, o padrão é capaz de oferecer velocidades de transferência de dados altas, e a sua tarifação é feita de maneira distinta das chamadas telefônicas. 

Por que o nome de “Portas”?

Segundo Sergio Oliveira, o nome “Porta” se dá em virtude de que existe um quadro de comando e tem também os circuitos onde há os espaços a serem preenchidos. Por isso, se chamam portas ADSL. Em Sant’Ana do Livramento, existem três centrais, a IDL, que é industrial e fica ao lado da Urcamp, a central, que fica na Oi, e a do Prado, próximo à Praça Artigas. Cada uma atende uma região da cidade e nesses locais é que há as portas disponíveis, os espaços para atender determinada região. 

Por que em alguns bairros não chegam as “Portas”?

De acordo com o empresário, as linhas telefônicas trafegam em voz e dados, e muitas dessas linhas estão com um tempo de vida muito grande e defasado, sendo que a qualidade para trafegar dados é muito mais exigente do que para trafegar voz. Muitas vezes, as linhas não suportam as duas coisas simultaneamente, então, por falta dessa condição técnica, em alguns lugares não há acesso a essa tecnologia. Hoje, a operadora responsável está ampliando essas condições, fazendo a ampliação no cabeamento para poder atender às necessidades da comunidade. “Muitas vezes, uma pessoa que tem telefone em um bairro distante, não tem a porta, pois a linha telefônica não suporta dados”, explicou ele. 

O motivo de muitas vezes a internet ser ruim

Hoje, se fala muito em 3G ou 4G, sendo que aqui na região não se tem essa qualidade. Em cada antena, há a capacidade normal de até mil usuários, sendo que no Japão se usa quinhentos usuários, e em Porto Alegre chegamos a ter doze mil usuários, sobrecarregando o sistema, sem condições de atender as necessidades e a demanda daquela região. Também por motivo ambiental, as operadoras não podem ampliar mais os seus espaços e colocar suas antenas ou torres muito próximas umas das outras.

Sergio ressaltou que, enquanto as operadoras não trabalharem de forma conjunta, não haverá a melhora nesse sentido, pois por lei tem que haver uma determinada distância uma da outra, alegando interferência em radiofrequência. 

Parque Binacional

Uma equipe está trabalhando na colocação de cabos de fibra óptica, que fazem parte da estrutura necessária para permitir o acesso a internet gratuita aos moradores da Fronteira e visitantes que passarem pelo Parque Internacional. Serão diversos quilômetros de cabos instalados em Sant’Ana do Livramento, e que permitirão acesso à banda larga de altíssima velocidade, em todas as secretarias municipais e nos órgãos de educação federal, como Unipampa e IFSul, de acordo com o prefeito Glauber Lima.

“Quando resolvi colocar internet em casa, optei pela da Oi. No entanto, após muitas e muitas tentativas, eles vieram com a explicação de que não havia porta. Mas essa resposta foi data depois de um ano praticamente. Então, minha segunda alternativa foi o modem da Vivo, esse sim funcionou, pois meu filho estuda, e precisa para os trabalhos da escola”. Marcia Joseli dos Santos Marques, 47 anos, moradora da Vila Santa Rosa

“Minha internet é via rádio, embora quem use seja minha filha, não há reclamações a serem feitas, até mesmo pela questão de ter uma torre bem perto de casa. Já faz três anos que contratamos o serviço, e até hoje está suprindo com nossas expectativas. O preço está acessível, realmente não há reclamações a serem feitas”. Vera Lucia Bitencurt Pedroso, 46 anos, moradora da Vila Santa Rosa

“Tenho a internet via rádio em casa, porém, não estou satisfeita, mas como já paguei pela antena, agora tenho que ficar com ela”. Simone Coelho, 35 anos, bairro Prado

“Não temos internet em casa, pois o custo é um pouco elevado, e quando preciso vou no Cyber. O único problema é que não há nenhum próximo a minha casa, então tenho que ir até o centro da cidade”. Janaina Correia, 14 anos, Vila Tabatinga.

“Tenho internet em casa, para ter acesso às redes sociais, trabalhos e pesquisas, eu uso a via rádio. Só quando o tempo está para chuva que não funciona direito e fica sem sinal”. Querolin Pereira Maidana, 15 anos, bairro Wilson

 

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