A ilusão do lulismo

Por consequência do governo petista e das políticas públicas federais que alimentaram na última década o mito da superação da crise por meio do aumento constante do consumo popular está se esgotando, isto por conta do populismo fordista do atual lulismo hegemônico que embotou aos trabalhadores a precarização dos serviços públicos essenciais. É necessária com urgência uma reflexão sobre a “formação do avesso” ao demonstrar a despolitização da classe trabalhadora como consequência do governo petista e das políticas públicas federais que alimentaram na última década o mito da superação da crise por meio do aumento constante do consumo popular.
Pessoas da esquerda lúcida, em especial os marxistas, já se deram conta de que estamos numa relativa “satisfação” acusada pelas últimas eleições presidenciais, e da aparente estabilidade do modo de regulação proporcionada pelo “transformismo” petista, hegemonia lulista que se encontra assentada em um terreno historicamente movediço. A instabilidade de base, segundo o sociólogo e professor da Universidade de São Paulo, Ruy Braga, seria resultado de um consentimento passivo das massas que aderiram momentaneamente ao governo, seduzidas pelas políticas públicas redistributivas e pelos modestos ganhos salariais advindos do crescimento econômico desde o afogamento da inflação com o Plano Real; e de um consentimento ativo das direções sindicais, seduzidas por posições no aparato estatal. Fora as incontáveis vantagens materiais proporcionadas pelo controle dos fundos de pensão, a pulsão operária volta a incitar a atividade grevista no país nos limites que nos impelem de refletir sobre os limites do atual modelo de desenvolvimento brasileiro.
É a política da precariedade dos serviços públicos comendo assustadoramente a produtividade da classe trabalhadora qualificada e nesse sentido o lulismo não tem mais espaço. Do ponto de vista social, o Lula contribuiu muito para a retirada de 40 milhões de pessoas da miséria, mas poderia ter avançado em dobro caso não houvesse tanta corrupção oficial. Bola de cristal: Povo que idolatra apenas um líder em vez de a si próprios está condenado à servidão.

Carlos Alberto Potoko

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