Um vilão chamado tomate faz aumentar o valor das despesas com alimentação das famílias santanenses

Produto apresenta diferença significativa no preço praticado entre os dois lados da Fronteira. Consumidores não param de reclamar

Preços variam dos dois lados da Fronteira, e consumidores reclamam do preço alto do tomate

Ele tem sido o verdadeiro terror das donas de casa. Vilão das dietas, e ingrediente que tem deixado menos avermelhados os molhos nas refeições preparadas pelas donas de casa, não apenas em Sant’Ana do Livramento, mas nas mais variadas regiões brasileiras, pelo seu alto preço ao consumidor final. Solanum lycopersicum; Solanaceae, fruto originário da América Central e do Sul, era consumido pelos povos pré-colombianos, que nem imaginavam, nos primórdios, que seu preço se elevaria a tal ponto de se tornar o grande vilão, responsável pelo impacto profundo e significativo no valor final da cesta básica dos brasileiros. O tomate.

Nos últimos meses, as donas de casa têm aprendido a conviver com a mudanças provocadas na dieta das famílias pelo ingrediente que, culturalmente, tornou-se essencial. Agora, com a alta nos preços, novos hábitos alimentares têm sido apresentados como alternativa para fugir do custo elevado, e fazer com que o fruto não pese tanto no orçamento, no fim do mês. 

Caro de um lado, caro do outro 

Dos dois lados da Fronteira, o preço do tomate assusta. Não apenas os consumidores, mas também os feirantes, que viram o produto demorar cada vez mais para sair dos estoques.

Durante boa parte da manhã de ontem, a reportagem do jornal A Plateia percorreu feiras na cidade vizinha de Rivera e fez uma breve pesquisa de preços nos locais mais procurados pelos uruguaios. Os preços do tomate chamado paulista varia entre R$ 2,60 (dois reais e sessenta centavos) e R$ 4,00 (quatro reais). Já o tomate chamado de Gaúcho varia entre R$ 4,90 (quatro reais e noventa centavos) e R$ 6,00 (seis reais).

Para os feirantes uruguaios, o preço praticado do lado brasileiro tem atraído para o lado de lá da Fronteira os consumidores. Em Rivera, o preço, desde o início da crise do lado brasileiro, tem se mantido relativamente baixo. 

Feirantes e consumidores esperam pela baixa 

Feirante há 22 anos, Luis Sergio Rodrigues diz que a tendência é do preço baixar gradativamente

Com 22 anos atuando no ramo, como feirante, o comerciante Luis Sergio Rodrigues, 53 anos, diz que a situação já foi muito pior, tanto para ele, quanto para os consumidores. “O preço já esteve bem mais alto do que agora. Cheguei a vender o quilo de tomate, aqui na feira, a R$ 8,95 (oito reais e noventa e cinco centavos). Agora, creio que os preços deverão começar a cair gradativamente, até voltar ao seu patamar normal, entre R$ 2,50 (dois reais e cinquenta) e R$ 3,00 (três reais)”. Luis Sergio revela, ainda, que chegou a pagar até R$ 120,00 (cento e vinte reais) pela caixa de tomates, para os fornecedores. “Com isso, o meu preço de custo alcançou a marca de R$ 6,66 (seis reais e sessenta e seis centavos), e não tem como deixar de repassar para os consumidores”, diz ele.

O feirante conta que optou, algumas vezes, por deixar de vender o produto, orientando seus clientes a comprar caixinhas ou latinhas de extrato de tomate, quando fossem apenas fazer molhos, por um preço muito menor do que o fruto. “Eu orientava a fazer assim e sempre perguntava se era para salada ou para molho. Se fosse para saladas, tudo bem, eu vendia. Mas, se fosse para molho, eu orientava e as pessoas entendiam. Ficou bom para todo mundo e não perdi meus clientes”, revelou o comerciante, que tem a sua feira há 22 anos na Avenida Francisco Reverbel.

Do outro lado da cidade, na Avenida João Pessoa, em uma feira atendida pela mesma família há 35 anos, o preço do tomate também causou espanto e assustou os clientes. Segundo a feirante Aline Valim, 25 anos, apesar do preço elevado, os consumidores seguiram comprando, pois entenderam que, mesmo para a salada, o tomate é uma necessidade. “Quando os preços estavam mais altos, as pessoas realmente passaram a substituir o tomate por extrato de tomate ou pelo chamado colorau. O preço do quilo do tomate aqui na feira chegou a R$ 7,50 (sete reais e cinquenta centavos), mas agora já está um pouco melhor, a R$ 3,99. Normalmente, esse preço fica na casa dos R$ 3,00 (três reais)”, disse a comerciante.

 

Para as donas de casa, o negócio é economizar

A dona de casa Maria Brum diz que a receita é não comprar os tomates, ou substituí-los, para economizar

Para a dona de casa Marisa Brum, 54 anos, a receita está em substituir. “Acho que substituir o produto por outro é a grande saída para enfrentar a alta do tomate. Atualmente, eu compro menos tomates, e uso apenas para salada, quando é o caso. Tenho feito comida sem molho, enfim, uso a criatividade e a família aprova”, diz ela.

 

 

 

 

 

Raquel Teixeira, dona de casa, diz que comprar tomates tem sido missão difícil, devido aos preços praticados no mercado

Já a dona de casa Raquel Teixeira, de 51 anos, diz que comprar cada vez menos, para sobrar mais dinheiro é a alternativa. “Tenho comprado menos tomates, ou nenhum, cada vez que é preciso ir à feira. Com esse preço, é quase impossível ter sempre tomates em casa”, revelou.

 

 

 

 

 

..

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.


1 Comentário

  1. couto

    A imprensa divulga o aumento no preço do tomate inflacionando a mesa do brasileiro, mas eu acho que foi o aumento os combustíveis que encareceu tudo que depende de transporte…

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.