Uma lenda viva chamada Sérgio Moreira

Vereador por um dia – com o afastamento temporário de sua correligionária Maria Helena Duarte – ele protagonizou ontem uma sequência de registros durante os espaços que pôde usar, no plenário da Câmara

A conclusão parece ilógica. Já que o conceito de lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos. Sérgio Moreira, na verdade, pela espontaneidade, é uma lenda viva.

Longe do folclorismo de outros tempos no Legislativo, representa talvez uma geração que perdeu espaço ante a exigência de uma nova política, mas, nem por isso, está morta. E, nem por isso, significa que não possa retornar. Moreira, filiado ao PDT, não conseguiu, por cerca de 60 votos, assegurar sua cadeira como vereador no Legislativo santanense, em outubro passado. Mas…

Deu um jeito de retornar. Pelo menos por um dia. Três meses após ter se despedido da tribuna. Moreira é o primeiro suplente do PDT e com o afastamento por um dia da titular da cadeira, Maria Helena Duarte, o “vereador do trem” procurou ocupar todos os espaços possíveis durante a manhã de ontem, no Legislativo.

Seja questionando durante a audiência pública da comissão de finanças – que levou até o Poder o secretário Paulo Lago – seja por intermédio das questões de ordem, durante a sessão, ou mesmo do uso da tribuna, mesmo ante a necessidade de que a sessão fosse encerrada. O fato é que Moreira protagonizou, chamando para si, naturalmente, os olhares de todos e, obviamente, como bom marqueteiro que é, a atenção da mídia.

O parlamentar por um dia marca pelo estilo irreverente e por suas tiradas clássicas, populares. Tudo isso, ao natural. Não é um personagem. É um protagonista. “Tem que parar com esse negócio de ficar alugando imóvel para colocar secretaria. Já tem espaço para pelo menos duas. Lá na Estação Ferroviária (…)” – disse Moreira, interrompido por uma fração de segundos por um dos vereadores que atravessava o plenário. Seguiu: “claro, sou governo sim, mas isso não significa que não possa criticar, falar o que pode ser feito sugerir ao governo”. E voltando ao tema, Sérgio Moreira sugeriu que as secretarias de Turismo e Cultura fossem colocadas no interior da Estação Ferroviária. “Recebemos em janeiro, e aquilo lá está fechado. Tudo fechado. Parece até o cemitério do Odorico, que não tem morto para inaugurar” – reclamou Moreira, arrancando risadas da plenária pelo comparativo. Depois, ansioso, foi usar da tribuna, tendo insistido para falar. Antes disso, um acordo de lideranças definiu que a sessão seria interrompida para que os 17 vereadores fossem até a Santa Casa – buscar uma saída para a falta de traumatologistas. Moreira, de forma insistente, foi apresentar, “bem rapidinho” – como dizia, imagens pertinentes à Estação Ferroviária e ao trem turístico. Mesmo alguém, no plenário, tendo sugerido que deixasse para outro dia, Moreira fez questão de discorrer, “bem rapidinho”, sobre os projetos que deseja ver implementados.

Sérgio Moreira também pediu ajuda dos parlamentares para que fosse convocada a diretoria da empresa que é dona do recinto fabril do Armour, pois, conforme ele, existem alguns entraves. Dando vazão à ansiedade, Moreira marcou a sessão na Câmara, que foi suspensa em função da questão da Santa Casa, mas não sem antes ele, pelo menos, protagonizar. 

HENRIQUE MACHADO BACHIO
henriquebachio@jornalaplateia.com

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