A arte da encilha à moda gaúcha

A exemplo do que ocorre em todo o Rio Grande, Sant’Ana do Livramento vivencia as emoções e celebrações do culto à tradição que constitui sua essência gaúcha e o Caderno Rural – suplemento específico de A Plateia – insere-se nesse contexto, também rendendo homenagem aos centauros farrapos, trazendo alguns elementos específicos do dia a dia do homem rural. Um deles é a encilha do cavalo. Afinal de contas, toda a cultura gaúcha está embasada no cavalo, como transporte, tração, companheiro de trabalho, de batalhas, guerras, refregas. Diziam, antigamente que ao começar a encilhar um cavalo, a primeira peça dos arreios a ser posta era o freio, pois “com o cavalo enfrenado, em caso de urgência, mesmo de lombo liso, pode ser montado (em pelo) às pressas”. Obviamente, caso o animal esteja somente encilhado, sem o freio, não serviria no caso de uma fuga ou apronte de combate. Quando para o serviço (a lida campeira), o gaúcho desencilha, põe o cavalo à soga ou deixa solto no potreiro. Claro, campeiros e pessoas do meio rural estão habituadas às informações, mas o foco é mostrá-las a crianças e povoeiros.

Pois o gaúcho Cezefredo Carballo Ferreira, do Galpão Crioulo Urutau, que, inclusive em anos anteriores, aos 14, 15 anos, trabalhou na campanha, aceitou protagonizar a arte de encilhar o cavalo para as câmeras. Inclusive, o leitor pode conferir na internet, o vídeo, produzido por Marcelo Pinto, no www.aplateia.com.br. Vale observar que, conforme o gaúcho, se dá a encilha, ou seja, alguns utilizam todos os elementos e componentes dos aperos ou preparos, portanto, a opção foi pela encilha básica com peiteira.

Normalmente, o gaúcho encilha o animal pelo lado esquerdo, entretanto o cavalo bem domado aceitará o manejo pelos dois lados.O gaúcho precisa conhecer o cavalo para fazer a encilha a preceito.Para montar, precisa estar confortável sobre o basto e o pelego, portanto, apertar bem a cincha é o principal conselho de qualquer gaúcho, pois quando corre a cincha o pialo é garantido.