Quando o gosto pela tradição prevalece

Como o leitor pôde perceber na reportagem anterior, não há como concluir a polêmica sobre o maior desfile do Rio Grande. Alegrete continuará dizendo que é o seu, Livramento, igualmente, permanecerá defendendo que é o seu. O mesmo é possível dizer, porém, impossível de medir, quando o assunto é o gosto pela tradição, o amor pelo Rio Grande, enquanto sentimento telúrico e muito individual, porém, compartilhado coletivamente por todos os gaúchos. Talvez seja esse o único ponto em que alegretenses e santanenses concordem sem qualquer debate. No intuito de realizar uma avaliação parcial do desfile, a reportagem ouviu alguns participantes e tentou contato com, pelo menos, seis patrões de entidades tradicionalistas, obtendo o retorno de apenas um. Também foram ouvidos quatro participantes do desfile.O fato é que oficialmente a Semana Farroupilha terminou, porém, os temas, a rivalidade e as questões não ficam por aqui, pois, nos meses vindouros, certamente, serão temas de conversas constantes. Qual o maior desfile? Qual dos desfiles evoluiu mais? Permanece a incógnita. Ao menos, por enquanto…

Família unida pelo amor ao Rio Grande, a cavalo

“Tradição e união da família são fundamentais, para nós, que gostamos das gauchadas”. A opinião é de Lucilene Rodrigues da Rosa, que gostou muito de ter participado, mais uma vez, com Cristiam Flores Gonçalves. Novamente, o casal e o filho, Renildo da Rosa Severo, o Dinho, de 5 anos, montado em um pônei, cultuaram as tradições gauchescas em uma legítima homenagem ao Rio Grande do Sul. Ambos destacam que o desfile teve algumas questões que precisam ser corrigidas, porém, no geral, foi muito bom, afinal de contas, o que importa mesmo é o amor e a dedicação pelo Rio Grande, acima de tudo o mais.

 

 

 

 

Uma história marcada pela dedicação e o amor

Jovem casal que, sob a bandeira de Os Tauras, desfilou no dia 20, avaliou que ainda há muito a melhorar na Semana Farroupilha, Angelo Fabiano Rodrigues Madruga e Marta Eliane Guedes Correia compartilham, também, o sentimento telúrico de amor pelo Rio Grande. São a legitimidade do gauchismo. Desfilam há 13 anos ininterruptos, e fazem questão de fazê-lo. Como adoram animais – cães, gatos e cavalos, principalmente – confirmam que as pessoas que gostam de andar a cavalo precisam ser respeitadas e, sobretudo, no trânsito, também devem ter cuidado. Quanto ao desfile, foi mais um momento ímpar na vida do casal.

 

 

 

 

Patrão faz análisesobre o evento

A ideia inicial era colher as opiniões de todos os patrões de centros de tradição gaúcha, bem como representantes de outras entidades, porém, a reportagem verificou que a maioria deles já havia se dirigido às localidades do interior do município ou estava de folga, em função do trabalho intenso da semana. Foi ouvida a análise do patrão do primeiro CTG ainda em atividade.Patrão do CTG Fronteira Aberta, primeira entidade a desfilar, José Carlos Quines acredita que a organização tenha melhorado muito neste ano. Porém, ele aponta problemas antigos que não foram solucionados. “Não conseguimos evitar que um grupo de cavaleiros mal comportados se intrometessem no desfile da nossa entidade. Há pessoas que desfilam em três ou quatro entidades. Não há como evitar, não é o caso iniciar uma discussão ou chamar a Brigada Militar, pois todos desfilam armados com relhos e facas”, aponta. Sobre o decreto municipal que impediu a circulação de cavalos no centro, ele também reclama. “Prejudicou, diminuiu a quantidade de pessoas que desfilariam. As pessoas sentiram também, porque tu traz um cavalo de fora, da campanha, para a cidade. Ele precisa acostumar com os barulhos, com os carros circulando. Com a proibição, essa adaptação foi impedida e isso fez com que muitos desistissem de trazer os cavalos. O bloqueio também foi muito extenso”, avalia.

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