Universidades comunitárias querem negociar dívidas por créditos educativos

Ministro Haddad recebe lideranças e sugere que debate integre o Ministério da Fazenda. Reitora da Urcamp, Lia Quintana, apresentou a proposta que pode ser a saída para sanear as universidades comunitárias do Brasil

Encontro com o ministro da Educação, Fernando Haddad (ao centro), contou com a participação da reitora da Urcamp, Lia Quintana, e de santanenses, como o prefeito Wainer Machado e o advogado e empresário Antonio Zuheir Badra

Um encontro com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na noite de terça-feira, tende a se tornar uma das maiores esperanças de negociações de dívidas das universidades comunitárias do Brasil. Grupos de lideranças do setor e apoiadores políticos defenderam proposta apresentada de que o volume do débito seja revertido no aumento da oferta de bolsas de estudo ou em vagas de ensino permitidas através do FIES – Financiamento Estudantil. Fernando Haddad recebeu a solicitação acompanhada de grande maioria das bancadas gaúcha e catarinense no Congresso, e sugeriu que o tema seja tratado em uma grande parceria que integre, também, o Ministério da Fazenda. Após ouvir os argumentos, o ministro considerou que as dívidas incluem questões tributárias e fiscais, por isso sugeriu a lideranças políticas o estudo de uma agenda política para levar o tema ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tem atribuição sobre a questão.

A proposta foi da reitora da Urcamp, Lia Quintana

O pleito considera o tema nacional e tem apoio da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias – ABRUC, mas teve maior representação do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde as comunitárias reúnem maior grupo e atuação. Os gaúchos se fizeram representar por reitores das universidades reunidas sob a coordenação do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas – o Comung, cuja maior dificuldade enfrentada nos últimos anos é exatamente o endividamento para com o próprio governo. 

A maior rede do Estado

As Instituições de Ensino Superior com características comunitárias respondem, atualmente, por um contingente de 180 mil estudantes na graduação e pós-graduação, constituindo-se no maior sistema de formação universitária no Estado. Os dados vêm auxiliar os programas da União, interessada em ampliar o nível de acesso à formação universitária no Brasil. “Percebemos que as dívidas são preocupações comuns entre as instituições em sua pretensão de elevar a oferta de qualidade e a manutenção dos serviços”, pondera a reitora da Universidade da Região da Campanha – Urcamp, Lia Quintana, que atende a sete campi das regiões da Campanha e Fronteira Oeste do Estado, em uma área de influência de 21 municípios e que abrange 22% do território gaúcho. Sediada em Bagé e enfrentando crises financeiras decorrentes, em grande parte, do histórico de depressão do padrão econômico da região, a reitora entende que a alternativa contempla interesses do governo e dá chances a que o sistema comunitário se recupere e se fortaleça.

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