Santanenses vão debater e ouvir a experiência de Bagé

Câmara de Vereadores recebeu, ontem, a comunicação oficial do Executivo, sobre a audiência pública nesta semana

Vagas para estacionamento, sobretudo no centro da cidade: preocupação constante da
comunidade

Os santanenses irão debater sobre a colocação de estacionamento pago, o chamado rotativo, no centro da cidade, como forma de abrir vagas nas principais ruas do coração comercial da cidade. A Prefeitura Municipal, com a coordenação da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, confirmou para o dia 7 de março, quinta-feira, a partir das 19h, na Sala Cultural, uma audiência pública a respeito do fluxo de trânsito na área central, bem como o direito ao estacionamento em vias públicas.

O prefeito Glauber Lima quer ouvir a comunidade e as experiências existentes antes de formar convicção sobre o tema e tomar qualquer decisão em relação a propostas de instalação de estacionamento rotativo pago ou alguma outra alternativa. As representações comunitárias terão a oportunidade de opinar, participando da audiência de quinta-feira, e a experiência de implementação do sistema no município de Bagé será objeto de explanação por parte do convidado especial, o prefeito bageense, Eduardo Colombo. O mandatário concorda, e disse isso reiteradas vezes, que é precária a situação do trânsito santanense em termos de fluxo e de vagas de estacionamento, e pretende construir medidas que possam reduzir o estresse e os problemas derivados dessa falta de vagas. 

Prévia 

Na semana passada, a Câmara de Vereadores realizou uma reunião pública, com o consultor Ricardo Schiavon como palestrante, enfocando o tema. O evento, requerido pelo legislador progressista Carlos Nilo Coelho Pinto, serviu como uma prévia da discussão que será ampliada na quinta-feira. O próprio vereador chegou a afirmar que somente apresentaria uma proposta, em forma de projeto de lei, se fosse da vontade da maioria dos munícipes, contemplando como foco especificamente o estacionamento rotativo. Nilo, com a consultoria de Schiavon, está ultimando os preparativos para realizar a proposição no ambiente da Câmara municipal, pretendendo também ampliar o debate sobre sua proposta. 

Estudo 

Já a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, conforme adiantou o titular, Alencastro Feippe Martins, também está construindo uma proposta para viabilizar o estacionamento rotativo e melhorar o sistema viário do centro da cidade. Enfatiza, principalmente, sinalização e conscientização. Tão logo esteja concluída a proposta, com os respectivos estudos do que é necessário, o secretário estará apresentando ao Prefeito. 

Rotativo pago 

A primeira ideia que surgiu, foi de estabelecer um estacionamento rotativo pago no centro, uma espécie de variação da zona azul de Rivera. O tema chegou a ser debatido amplamente há vários anos, com apresentação de propostas, projetos, porém, dada a inviabilidade constatada – de que o município somente aportaria recursos, enquanto a empresa cessionária permaneceria com mais de 90% do lucro – essa proposição foi abandonada. Outro elemento diz respeito à sugestão de instalação de parquímetros – cujo custo torna a medida mais cara para implementar – os quais necessitariam de controle especializado. 

Possibilidades 

A proposta do vereador Carlos Nilo não está fechada, assim como, acredita-se, a da Prefeitura também não. Há uma série de variáveis que precisam ser consideradas para fechar o pacote e tomar a decisão. O prefeito sabe disso e, mesmo sabendo que a coletividade exige uma medida administrativa urgente, prefere não acelerar, a fim de reduzir a margem de erro.

Nas proposições existentes, há uma infinidade de ideias, como formação de cooperativas de trabalhadores para cuidar dos parquímetros ou, mais especificamente, dos cartões vaucher (comercializáveis diretamente ao público alvo, os quais seriam adquiridos pela cooperativa que repassaria a seus cooperados, os quais, por sua vez, seriam os fiscais de horários); mudanças de áreas sinalizadas atualmente como estacionamentos. 

Desafios 

Há, entretanto, uma série de desafios a serem vencidos. O primeiro deles diz respeito ao fato de a significativa maioria dos edifícios existentes no perímetro central não ter garagens – fazendo com que os veículos dos moradores permaneçam estacionados nas vias. Ou teriam que ser retirados muito cedo ou não poderiam mais ser deixados durante a noite-madrugada estacionados. Outro, diz respeito às áreas de carga e descarga das lojas. Haveria necessidade de fixação de horário para essa atividade, a fim de que a mesma terminasse antes do horário de início do expediente. Mesmo colocando uma área de transbordo para evitar veículos mais pesados, em alguns horários, camionetas e veículos menores (de frete ou particulares), teriam que carregar mercadorias vendidas. Há a questão das motocicletas, que mesmo com área sinalizada junto às esquinas, continuam sendo deixadas entre dois veículos de quatro rodas, em função de que não havendo placa de proibição (até o fim da quadra, ou delimitando o espaço) inexiste impedimento para que sejam estacionadas nesses espaços. Há a questão dos estacionamentos privilegiados, quais sejam os previstos em legislações específicas.

O fato é que, afinal, Livramento começa a pensar seu futuro em termos de trânsito, e há forte possibilidade que com mais de uma proposta existindo, a discussão seja ampla, prevalecendo os argumentos mais ajustados ao princípio de economicidade para o município e, fundamentalmente, qualidade de vida para os cidadãos.

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