Custo da Cesta Básica para os santanenses fica +0,7% mais alto no primeiro mês do ano

Dados da nova pesquisa, realizada mensalmente por acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas da Unipampa, foram revelados ontem

Os santanenses conviveram com um mês de janeiro em que o custo da cesta básica apresentou elevação em relação ao mês de dezembro. Coincidindo com o aumento do salário, dos combustíveis, o pagamento das primeiras contas do ano e ainda as compras do material escolar, os novos valores reforçam ainda mais a necessidade de planejamento para melhor adaptação às nuances da economia e que impactam diretamente no bolso.

No primeiro mês do ano de 2013, os preços da cesta básica tiveram uma variação positiva de +0,7% em relação ao mês de dezembro de 2012. O custo da cesta básica ficou em R$ 248,37, enquanto o respectivo valor de dezembro ficou em R$ 246,65. Os santanenses sentiram imediatamente os efeitos do aumento no valor da farinha em um dos produtos de maior consumo em cada residência, o pão. Ainda no início do mês de janeiro, em matéria publicada no jornal A Plateia, tratando especificamente do aumento da farinha de trigo e o impacto do preço do pão para os santanenses, já era possível visualizar o que viria a se refletir alguns dias mais tarde, impactando para cima, no valor final da cesta básica. 

Variações 

As elevações mais expressivas ficaram por conta da farinha, 11,11%; pão, 6,74%; e, banana, 5,37%. O tomate apresentou a queda mais expressiva, 5,02%. O restante dos produtos apresentou pouca variação nos seus preços. Em relação à variação anual, entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013, o custo da cesta básica teve uma variação positiva de 13,31%. Neste período, os alimentos que apresentaram maior elevação no seu preço foram o feijão, 42,30%; o tomate, 37,17%; a batata, 36,31% ; a banana, 23,77%, o óleo, 23,20%, a farinha, 22,00%; e o arroz, 21,25%.

Da mesma maneira, os preços que tiveram a menor variação nos últimos doze meses foram a carne, 2,67%, o leite, 2,52%; a manteiga, 5,98%; e o açúcar, -7,4%. “Como o salário mínimo passou de R$ 622,00 para R$ 678,00, isto é, +9%, e a variação dos preços da cesta básica situou-se em 13,31%, pode-se afirmar que o trabalhador santanense remunerado com o salário mínimo ingressou no ano com uma perda anual de -3,81%.

Em relação aos dados das principais capitais, divulgados pelo DIESSE, a variação mensal (+0,7%) do custo da cesta de Sant’Ana do Livramento, esteve por baixo do registrado nas principais cidades, a exemplo de Rio de Janeiro, 7,82%; São Paulo, 4,43%, Porto Alegre, 5,08%, Salvador, 17,85% (maior elevação); e Fortaleza, 2,19% (menor variação). Quanto à variação anual da cesta, o registro da cidade de Sant’Ana de Livramento (+13,31%) se manteve próxima do menor registro nacional e foi pouco maior que o das principais cidades do país: Rio de Janeiro, 11,83%; São Paulo, 11,51%; Porto Alegre, 12,64%; Natal, 26,18% (maior); e Curitiba, 11,47% (menor).

Os dados apresentados pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, em Livramento, permitem apreciar a evolução da variação mensal do custo da cesta básica na cidade nos últimos 12 meses. Com destaque para o mês de julho de 2012, como o de maior variação mensal da cesta básica, 9,45 %, puxado pelo comportamento do preço do tomate. Já a menor variação ocorreu no mês de fevereiro passado, -0,39%. A variação mensal média do custo da cesta foi de 1,047%.

Por outro lado, é possível informar que o trabalhador santanense remunerado com o novo salário mínimo de R$ 678,00, que corresponde a 220 horas mensais de trabalho, necessitou, no mês de janeiro, o equivalente a 36,63% da sua renda para adquirir a cesta básica de alimentos, ou seja, foi necessário um total de 80 horas e 35 minutos de trabalho para a aquisição dos alimentos. “Finalmente, em relação ao custo apurado para a cidade de São Paulo, destacamos do informativo do DIESSE do mês de janeiro último a seguinte citação esclarecedora e provocadora para a reflexão: ‘… levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2013, o menor salário pago deveria ser de R$ 2.674,88, ou seja, 3,95 vezes o mínimo de R$ 678,00, que entrou em vigor a partir de janeiro, conforme definição do Governo Federal’. Como sempre, agradecemos a valiosa colaboração dos proprietários dos quarenta e três estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios que nos brindam a informação necessária para a construção do índice da cesta básica. Destacamos que a coleta dos dados esteve sob a coordenação do bolsista Gederson Goggia e contou com a valiosa contribuição voluntária dos acadêmicos Janice Ocaña, Patrícia Friolim, e Ana Alzira Mendes”, afirmou o professor Carlos Hernan Céspedes, coordenador da pesquisa.

 

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