Preço dos alimentos deverá subir junto com o frete

Transportadoras elevam custo do frete para se adequarem à Lei do Motorista

O aumento no preço do frete de alimentos deverá ser repassado ao consumidor a partir de fevereiro

Motivada pela Lei do Motorista, que regulamentou o tempo de descanso dos motoristas de caminhão, a elevação na tarifa dos fretes dos caminhões pode ser anunciada a qualquer momento.

Um dos motivos desse aumento está no fato de que as viagens se tornaram mais demoradas, devido às horas obrigatórias de descanso dos motoristas. O reajuste nos fretes repercute na produção e no comércio de produtos e deve variar de acordo com o tamanho da empresa e a distância do transporte das cargas.

Quem paga é o consumidor

Procurado pela reportagem de A Plateia, Angelo Mello, da Transmello Transportes, reforçou a certeza no aumento do preço do frete. No entanto, como o período é de entressafra, esse aumento ainda não foi sentido. “O impacto maior virá em fevereiro, e já ouvi falar em 30% a 40% de aumento”, afirma Angelo.

Segundo ele, a viagem diminui no compasso da redução da jornada de trabalho do motorista. “Antes, um motorista trabalhava cerca de 12 horas por dia, e percorria 600km a 700km. Com a carga horária reduzida para 8 horas, e incluindo as pausas obrigatórias, o motorista viaja cerca de 400km por dia.

O responsável pelo transporte e logística de uma feira da cidade, Rudinei Martins Gonçalves, foi categórico ao afirmar que o aumento no valor do frete será repassado diretamente ao consumidor. “Acredito que esse aumento não chegue aos 30% como está sendo estimado, mas que vai acontecer, isso vai, e alguém terá que pagar”, ressaltou ele.

O empresário Antônio Righi, proprietário de uma rede de supermercados, informou que está acompanhando as mudanças pela mídia. “A adequação dos custos foi feita por causa da lei, e certamente dará um impacto de 29% no frete e algum aumento chegará ao consumidor. Porém, creio que não será grande, pois o aumento nos preços freia o consumo”, ponderou o Antônio Righi.

A estimativa do empresário é que o aumento aconteça nos produtos industrializados, mas isso depende muito do período de safra e entressafra. “A alta dos preços não acontecerá em alimentos trazidos da nossa região. Esse aumento vai impactar mais sobre aqueles produtos que vêm de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, como o óleo de soja e o extrato de tomate. Ainda não se tem uma ideia de quanto será repassado ao consumidor, pois o aumento será dentro do custo do produto e não sobre o aumento do frete propriamente dito”, destacou o empresário.

A Lei do Motorista determina:

• 10 horas diárias é o tempo máximo ao volante:
• A cada quatro horas dirigindo, deverá ser dado um descanso de 30 minutos;
• 11 horas é o tempo mínimo de repouso diário;
• Tempo parado em fiscalização e terminal de carga e descarga será remunerado;
• Cumprimento da lei levou empresas a elevar preço do frete.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.