A teimosia dos vereadores

Diante das novas turbulências na comunidade face ao aumento do número de vereadores, é preciso propor grandes mudanças, entre elas, a reinvenção da democracia. É por que… mesmo os vereadores tendo realizado uma audiência pública na Câmara no dia 09/09/11; como ficou constatado em seus teimosos discursos, parece que se recusam a ouvir o povo de que este não quer aumentar o número de vereadores. Alguns parlamentares tentam inclusive culpar a mídia por uma suposta campanha para desprestigiá-los. Ora, estes senhores, pelo que parece, já não sabem mais o que é a soberania de um povo livre.

Os argumentos de que os santanenses teriam mais representatividade é nulo porque já sabemos, de quando eram 21 vereadores não faltaram acusações de estes votavam em proveito próprio. Além do mais, depois de aumentarem o número de cadeiras, os empossados na nova eleição que se avizinha, quem garante que não votariam mais tarde por aumentar o duodécimos?

Quando milhares de pessoas indignadas se manifestam na mídia do país contra mais despesas nas Câmaras, não é por influência da mídia, é muito pelo contrário, a mídia que é mais sensível aos reclamos populares do que os nossos parlamentares. Ela não tira o foco da “crise de ética” e ataca diretamente um sistema que produz tantos desarranjos. Ela está sustentando algo importante. Quer dizer que é preciso ir à raiz dos problemas, olhar para suas causas. Porque se elas persistirem, continuarão produzindo as mesmas consequências de um sistema doente.

Mas de que sistema falamos? Muitos diriam democracia, mas é algo pouco útil: há “muitas” democracias. Precisamos analisar o que vivemos como crise de ética para entender que não se trata de uma patologia do sistema, mas do resultado desta democracia que precisa de uma reforma política. Além disso, a critica se estende à gestão política. E surge no contexto de um Brasil desequilibrado por um sistema representativo destrutivo que provoca “anomia”, isto é, ausência generalizada de desrespeito às normas sociais devido às contradições entre elas.

Protegido desta forma, o poder Político, pactua com os outros dois poderes: o “corporativo” e o “midiático”, que estão profundamente imbricados. Enquanto a dívida deles puder ser rolada, e a comunicação controlada, as pessoas tocarão suas vidas passivamente. Esse é o sistema. Por isso, acreditam-se invencíveis. Esquecem que surgiu a comunicação autônoma e as pessoas, juntas, perderam o medo de se indignarem.

Adonde ván?… Cada um tem sua ideia, mas há temas em comuns. Que os atores locais assumam esta crise de ética. Controlem os poderes legislativo e executivo. Nós temos a Internet livre, uma rede social da criatividade e sustentável. E, sobretudo, reinventar a democracia a partir de valores éticos se nutre com participação, transparência e prestação de contas aos cidadãos. Porque como dizia um cartaz da marcha de luto com 30 mil pessoas no sete de setembro em Brasília: “Não é revolta. É que já não os queremos”.

Carlos Alberto Potoko
www.fronteiradapaz.com/carlospotoko

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