Grêmio vence LDU nos pênaltis e conquista vaga na Libertadores

 Em um jogo nervoso e marcado por um acidente nas arquibancadas da Arena (um alambrado cedeu após a primeira avalanche em um jogo oficial), o time gaúcho eliminou a equatoriana LDU nos pênaltis,

Grêmio venceu a primeira decisão da Arena. Foi dramático, foi tenso, foi emocionante, foi mais: foi o velho Grêmio. E foi a recuperação de um jogador que, de certa forma, havia sido injustiçado: Marcelo Grohe, que começou o ano na reserva, defendeu o pênalti que deu ao clube a classificação para a fase de grupos na Libertadores. Mas isso só aconteceu porque, no tempo normal, o Grêmio não soube se portar como deveria.

Um time, para fazer gols, tem que saber fazer gols. Tem que ter jogadores com aptidão para o gol.

No Grêmio que pisou no ralo e duro gramado da Artena ontem à noite, só os atacantes sabem fazer gol. Mas um time não pode jogar com quatro, cinco, seis atacantes. Seria preciso que pelo menos um meia fosse mais agressivo e que um dos laterais abrisse o jogo pela ponta.

Mas, não. Os dois meias do Grêmio, Elano e Zé Roberto, são muito habilidosos e inteligentes, mas jogam dois passos atrás da meia-lua, lado a lado, paradinhos como duas traves de goleira. Já os laterais

Pará e Alex Telles, são abnegados, são estivadores da bola, mas jamais passam do bico da área para a linha de fundo. Assim fica difícil. E foi assim que o Grêmio jogou no primeiro tempo.

O Grêmio parecia o Barcelona dominando o jogo. Ficava com a bola mais de 70% do tempo, trocava passes, mantinha suas forças de ocupação dentro do campo do adversário. Mas cadê a infiltração? Cadê o drible vertical? Cadê Messi, Xavi e Iniesta? Verdade que Vargas foi insinuante, partia a drible para cima dos zagueiros, se movimentava, abria espaços, mas quem, além dele? Ninguém. Moreno era sonolento e os demais só evoluíam até a linha da área, sem nunca entrar nela. Resultado: o Grêmio era dono do jogo, mas não do placar.

Chance de gol, mesmo, só com uma falta cobrada por Elano, aos 10 minutos. Afora isso, só esforço baldado.

Luxemburgo apercebeu-se de todos esses defeitos do time e tentou corrigi-los drasticamente no segundo tempo. Como não dispunha de um meia goleador ou de um lateral ofensivo no banco de reservas, lançou mão de atacantes: tirou Moreno, colocou Willian José; tirou Fernando, colocou André Lima. Não era o ideal, mas era o que havia para o momento, até porque a LDU não atacava, só esperava o tempo passar.

Mesmo assim, o Grêmio não melhorou.

Ao contrário, o time parecia mais nervoso, os jogadores levantavam a bola de uma intermediária a outra ou cometiam o abominável chuveirinho logo que cruzavam a linha divisõria. Para marcar um gol, só mesmo num chute de fora da área, num escanteio, numa falta. E foi assim que aconteceu. Primeiro, aos 13 minutos, Elano quase fez numa cobrança de falta bem defendida pelo goleiro Domínguez. Na sequência, o jovem zagueiro Bressan perdeu na frente do gol. Mais um minuto e Elano dominou a bola na intermediária, a 30 metros do gol. enquadrou o corpo, engatilhou o chute e disparou o que os antigos cronistas chamariam de petardo.

A bola voou em curva e entrou no ângulo direito do goleiro. Foi belíssimo, o primeiro gol oficial da Arena.

O Grêmio se acalmou um pouco depois de marcar, passou a dominar a partida com um pouco mais de racionalidade. Outra boa providência foi a entrada de Jean Dereth, enfim um meia de drible, de ingresso na área. E então o Grêmio só não ampliou porque o árbitro argentino provavelmente só assinalaria uma falta em caso de tiro. Hurtado só foi expulso porque aplicou um golpe de MMA em Dereth. O final em 1 a 0 acabou sendo, senão justo, lógico

Nos pênaltis, os centroavantes André Lima e Willian José acertaram, mas o jovem zagueiro Saimon chutou fraco e o goleiro defendeu. Por sorte, Reasco acertou na trave. Três pênaltis para cada um, 2 a 2.

No quarto, Pará bateu forte e marcou. Velez empatou: 3 a 3.
No quinto pênalti, Vargas fez. E, no da LDU, Canuto também foi competente. Quatro a quatro.
Na sequência, Alex Telles colocou no canto esquerdo e o goleiro quase pegou, mas a bola entrou.
Finalmente, Morante chutou no meio e Marcelo Grohe defendeu. Grêmio classificado.

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