Jovens cada vez mais querem ser donos do próprio negócio

Mariana Garagorry diz que o começo difícil atendendo a domicílio foi superado com trabalho e boas ideias

Quem um dia não sonhou em abrir o próprio negócio? Qual jovem, recém saído da universidade, cheio de ideias e ideais, fórmulas e teorias, já não quis ter a sua marca com a mais vista, a mais famosa e a mais valorizada do mercado? E é justamente em busca desse sonho eu um número cada vez maior de pessoas, em sua ampla maioria jovens, correm ao mercado não mais como funcionários, colaboradores ou executivos, mas sim como patrões. É crescente o número de empresas que são abertas todos os dias, em todas as cidades, e que tem na sua administração jovens de ambos os sexos, e que estão impulsionando o mercado, alavancando diversos setores, gerando emprego e renda. Sant’Ana do Livramento não tem ficado atrás nos números e também dá mostras claras da capacidade de muitos dos seus jovens quando estes resolvem tomar as rédeas dos empreendimentos e lideram empresas de pequeno e médio porte. 

A experiência 

Formada há seis anos, a fisioterapeuta Mariana Alves Garagorry, 29 anos, proprietária de um estúdio de Pilates, diz que resolveu iniciar o seu empreendimento com base na sua formação e por observar que o mercado se ressentia desse tipo de serviço em Livramento. “Resolvi abrir o meu estúdio por que ainda não tinha aqui na cidade. Eu tinha outra opção e poderia trabalhar em hospitais ou clínicas, mas optei por empreender e apostar no mercado que precisava desse tipo de serviço”, revela ela. Mariana diz que a concorrência em Sant’Ana do Livramento é diferente da que hoje se apresenta nas capitais onde o número de estúdios e profissionais que atuam na área é bem grande. Mariana revela que começou sua atividade, como todo o empreendedor, fazendo atendimentos à domicílio, mas aos poucos foi sentindo a necessidade de ter um espaço próprio, amplo, e preparado para oferecer o melhor do seu aprendizado. “Eu tinha que me deslocar de uma casa para outra, isso ainda em Porto Alegre, andando de ônibus, pois não tinha carro, e ainda transportando todo o equipamento. O início foi bem complicado. Eu demorava tanto para ir de um cliente para o outro que isso impedia que o meu ganho fosse maior. Na verdade, isso reduzia o meu ganho. Assim, resolvi vir para Livramento e montar aqui o negócio. Hoje, ao maior desafio é enfrentar a concorrência que se apresenta. Tenho plena consciência que é preciso melhorar sempre, oferecer qualidade para que as pessoas se sintam bem atendidas”, revelou. A jovem empreendedora santanense, ao ser questionada sobre os desafios atuais em um mercado que exige cada vez mais qualificação, conhecimento e estrutura, a fisioterapeuta diz ter noção do tamanho da responsabilidade, mesmo por que o número de pessoas atendidas na cidade triplicou em relação ao seu início de carreira. “Quando comecei, atendia uma pessoa a cada hora. Hoje, com o estúdio montado, conseguimos atender três pessoas a cada hora”, revela ela com comprovação do crescimento da sua atividade em uma cidade que aprendeu a conhecer a técnica e fez surgir novos adeptos do chamado Pilates. 

Pesquisa 

Uma pesquisa do Data Popular indicou que 22 milhões de brasileiros, entre 16 e 24 anos, desejam abrir um negócio próprio. Atualmente, no Brasil, há 1,5 milhão de jovens empreendedores. Mais da metade deles pertence à nova classe média brasileira, chegando a 52,6% do total . A maioria, 36%, está no Nordeste. Depois, vem o Sudeste, com 29%, e o Sul, com 16%. Entre os que desejam abrir um negócio próprio em algum momento da vida 58,5% são mulheres e 60,5% do total de jovens são da classe média. As principais vantagens apontadas pelos entrevistados para trocar um emprego por um negócio próprio é fazer o que gosta (46,4%). Outros acreditam que um negócio próprio vai proporcionar maiores ganhos (22,1%), enquanto 15,1% dos entrevistados querem trabalhar por conta própria para ter liberdade de horário e não ter chefe (12,1%).

 Sebrae

Consultado sobre o tema, o técnico do Sebrae em Livramento, Leandro Policarpo, repassou algumas dicas que podem fazer com que os jovens empreendedores possam obter êxito maior e duradouro em suas áreas de atuação. Especializada na arte de entregar ferramentas úteis aos empreendedores, o Sebrae atua na cidade como peça fundamental para quem objetiva ser diferente e ver seu produto ser um diferencial em um mercado cada vez mais concorrido.
O Empreendedorismo
para os Jovens

O empreendedorismo surge para os jovens como uma válvula de escape para problemas como desemprego, falta de qualificação e de estudo, mesmo que alguns tenham uma qualificação boa existe o dever de casa a ser feito. O grande desafio é a criação de negócios por oportunidade e para isso o planejamento é fundamental. “O Sebrae desenvolveu e segue desenvolvendo alguns trabalhos com jovens, como o programa Agrinho, o curso Apreender a empreender, que já beneficiou diversas escolas do município, um exemplo em nosso município é a Vertente da Canção Nativa que é um projeto da Escola Liberato onde quase todos os participantes do grupo que estão a frente do projeto participarão dessa capacitação. O diferencial dos jovens empreen

dedores é formado por um conjunto de fatores, como busca de informações do negócio, elaboração de um planejamento (plano de negócios), desenvolvimento de parcerias, conhecimento de mercado, persistência, comprometimento, adaptável a mudanças, dentre alguns outros fundamentais. O Sebrae sempre orienta o jovem empreendedor a calcular os riscos envolvidos no negócio, para isso é utilizada a ferramenta de Plano de Negócios que segundo o técnico do Sebrae Leandro Policarpo “é o momento de pensar, planejar o negócio de como ele vai ser na realidade, sendo fundamental para o sucesso do negócio”, afirmou Leandro.

Algumas dicas para quem quer ser um empreendedor

- Conheça o mercado que vai empreender (concorrentes, clientes e fornecedores)
- Faça projeção de investimento, retorno desse investimento, lucratividade, rentabilidade do negócio;
- Invista em capacitações gerenciais;
- Elabore um plano de negócios;
- Inove busque novas formas de comercialização (Internet, redes sociais, sites de e-comerce);

CLEIZER MACIEL
cleizermaciel@jornalaplateia.com

 

 

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