2013 com passagens a R$ 2,40?

Reclamações sobre lotações de ônibus já são bastante antigas por parte dos usuários

Após confirmar ter recebido o pedido das empresas para que o Conselho Municipal de Trânsito (Comut) aprecie aumento de tarifas do transporte coletivo para R$ 2,40 a partir de janeiro, o presidente do ente, Marcos Sória, reforçou que ainda não tem data para chamar os conselheiros à reunião. Já o prefeito Wainer Machado aguarda a deliberação dos conselheiros, mas como ainda não há data para a apreciação, o pedido pode ficar para 2013, já sob nova administração.

De parte das empresas, mesmo sendo disponibilizado espaço, não houve qualquer manifestação pública a respeito do pedido de reajuste. O período de Natal e festas de fim de ano pode ser considerado ainda mais inadequado, mas está em voga o debate em torno do provável aumento das passagens dos ônibus para R$ 2,40 (entre outros, dependendo do itinerário no meio rural). O pedido foi protocolado na Prefeitura Municipal pela representação das quatro empresas que exploram a concessão de serviço público do transporte coletivo no município. O presidente do órgão de aconselhamento político, Marcos Sória, já externou sua posição publicamente: é contra o aumento.

Para apreciar, o Comut terá que fazer reunião extraordinária. A última reunião foi dia 8, e as ações de 2012 foram encerradas dia 11. Está em análise se o Conselho deve chamar reunião para esse período, agora, entre o Natal e o ano novo, para fazer essa discussão com as entidades que fazem parte do conselho, Acil, Assandef, Adevi, Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Rodoviários, STU, Unamos, entre outras. Não é possível fazer uma reunião sem a presença de 100% do Conselho, dada a magnitude do tema.

O Comut vai ponderar sobre as alegações da empresa – como aumento de custos – e reclamações de usuários – como, por exemplo, lotações em vários horários e condições precárias dos carros.

Comut analisa data para apreciar pedido

Marcos Sória, presidente do Comut, está avaliando sobre convocação

Marcos Sória pondera que há dois anos atrás as empresas tiveram reajuste, pois passaram quatro anos sem, entrando em sucateamento. “O conselho, na época, aprovou, não com o valor que havia proposto, que era menor do que está hoje. Havia o compromisso das empresas de fazerem uma série de melhorias no setor de transporte. Se olharmos, não tem nem cortinas nos ônibus e a gente sabe que o verão é impiedoso. No terminal de ônibus, as pessoas que ficam aguardando acabam no sufoco. Livramento não dispõe de ônibus de qualidade, com ar condicionado, com melhor serviço para a população, como em outros municípios. O Conselho solicitou, mas quase nada se viu de melhoramentos. As empresas alegam que como haveria licitação, era arriscado fazer um investimento pesado e depois perderem, ficando com seus ônibus ociosos” – pondera.

Sória afirma que passados dois anos de passagens a R$ 2,00, as empresas foram à Prefeitura pedindo 20%. Segundo ele, o Comut dá a palavra final sobre a questão. “Segundo as empresas e o próprio prefeito, a solicitação é para R$ 2,40. Prefiro abrir o envelope na reunião, com todos os conselheiros, mesmo porque a planilha não se analisa em uma reunião, tem que ser estudada. Minha posição é contrária ao reajuste pedido, pois é bastante alto, vai ficar quase igual a Porto Alegre, onde é R$ 2,75. Além disso, os R$ 2,40 correspondem a 20% de aumento e a inflação nos últimos dois anos é bem inferior a esse percentual. Certamente, as empresas se baseiam na planilha do Daer, que leva em conta uma série de preços, de pneus, depreciação, mas não há porque a população pagar esses 20% de aumento. Acho que as pessoas não merecem um presente de grego nesse momento” – diz Sória.

Segundo ele, há três questões que precisam ser analisadas. Uma em relação ao novo governo, que assumirá em janeiro. É preciso um diálogo maior. “Estive conversando com o Martins (Alencastro Feippe Martins, futuro secretário de Trânsito) para ver a posição dele, e ele colocou algumas questões. Outra questão é a licitação após a audiência pública de outubro, quando foram colocados vários itens para fazer parte do novo contrato, exigências da comunidade para melhorar o setor, mas a licitação não saiu” – diz Sória. E uma outra questão é contrato. “As empresas trabalham sem contrato. Sabemos, sem querer vincular a prestação de serviço, que deve ser bem feito para a população. Como é concessão pública deve trazer outros benefícios para os santanenses, um retorno social – e pelo que se tem conhecimento é pouco ou quase nada, com uma exceção, a empresa Sosal, que presta serviço colocando ônibus à disposição, como no encontro de bandas recentemente realizado na vila Nova Livramento. Quanto às demais empresas, é dificil o retorno, raro. Que fique claro, elas não têm a obrigação, mas é uma questão que precisa ser dita” – destaca.

Prefeito quer cláusula que reverta preço se empresas não renovarem suas frotas

Sobre a questão do reajuste, o prefeito Wainer Machado disse, na sexta-feira, que trata-se de um processo. Afirma que deverá cumprir todos os trâmites e que não será admitido qualquer tipo de pressão em torno do tema, especialmente por se tratar, justamente, de uma questão que impacta diretamente em todos os setores de mão de obra da comunidade santanense, os quais estão nas mais variadas localidades.

“Os empresários fizeram o pedido com as alegações e ele tem seu curso. Vai ao Conselho, que emite sua opinião. Independente do resultado, já disse para os empresários que queria melhoria nos transportes, embora tenha sido o Prefeito que menos reajustes deu para eles, pois em oito anos só dei dois reajustes. É uma demanda que estão reivindicando” – pondera.

O mandatário santanense destaca que quando o processo voltar do conselho, e isso ele afirma já ter dito aos empresários, se o conselho aprovar, irá exigir deles, documentalmente, o comprometimento da renovação da frota em 33%. Isso, conforme Wainer Machado, significa, no mínimo, 11 ônibus zero quilômetro com acessibilidade universal.

Prefeito Wainer Machado: aguardo pelo Comut

“Será minha exigência, e não se cumprindo isso no período de 180 meses mais 30 dias, a tarifa reverte, ou seja, volta ao anterior, baixando de R$ 2,40 para R$ 2,00. Se passar pelo conselho, vamos fazer essa exigência. Evidente que não é a hora adequada de fazer, aliás, nenhuma hora é para aumentos, mas fazem parte da demanda para cada dia. Quero o comprometimento das quatro empresas, por intermédio de seus diretores, e também do Sindicato dos Transportadores Urbanos, o STU. Queremos trazer benefício para a comunidade, ônibus novos, quero documento assinado em cartório por eles, para fazer parte do processo. Não podemos fazer reajuste diferenciado para as empresas que adequadamente cumprem, pois o pedido vem para todas. Até gostaria que fosse assim, aquelas empresas que não cumprem as exigências não teriam reajuste” – concluiu o mandatário, acrescentando que ainda durante seu mandato, deverá, ouvido o conselho, tomar as devidas providências em torno do assunto.

 

 

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1 Comentário

  1. paulo urubatan

    Creio que muitos devem lembrar dos onibus do Ferrão que vivian estragando , não podemos deixar estes tempos voltarem, mas tambem não podemos ver aumentos na tarifas acontecerem e nen uma melhoria no transporte acontecer, o povo tem sua voz e deve se unir cuando for ameçado .

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