Saúde é discutida entre órgãos estaduais, ONG, médicos, Município e Santa Casa

Na oportunidade, foi apresentada a ONG Pró-vida Santanense, que irá promover o desenvolvimento social e da saúde

Grupo formado por médicos, diretores da Santa Casa, procuradores municipais e estadual, defensora estadual, representantes da ONG e do poder judiciário

Através de uma iniciativa do Poder Judiciário, Defensoria Pública Estadual, Ministério Público Estadual-MP e Procuradoria Geral do Estado – PGE, foi promovida ontem (17), no prédio do MP, mais uma reunião sobre assuntos pertinentes à saúde pública de Livramento. O encontro, que teve início às 14h, também reuniu médicos, diretores da Santa Casa, procuradores municipais e demais representantes dos setores afim.

Na oportunidade, foi apresentada ao grande grupo a criação da Organização Não Governamental – ONG Pró-vida Santanense, tendo como representantes Lauro Binsfeld (presidente da ONG), Edélzia Maidanna França e Carmen Lucia Lemos da Fontoura.

A ONG tem como objetivo promover o desenvolvimento social e a saúde; integrar a criança e o adolescente à sociedade, através de atividades artísticas, culturais, esportivas e educativas; atender a família, nas diferentes necessidades sociais; entre outros. “Um grupo de voluntários, durante cerca de três meses, se reuniu com o objetivo de criar a ONG Pró-vida Santanense, para que pudéssemos abranger o maior número de ações possíveis dentro da comunidade. Então, hoje ela está concretizada. Já estamos com nosso estatuto, diretoria e o nosso quadro de sócios fundadores definidos, apenas aguardando o CNPJ, para poder buscar os recursos. Eu tenho dito que Livramento tem se preocupado muito pouco com o terceiro setor, ou seja, a sociedade e a comunidade, ajudando naquilo que for possível às instituições, às entidades, com os serviços que estão a nossa disposição, que muitas vezes são carentes e deficitários, mas a sociedade em si está imóvel e não age. Nós conhecemos muitas cidades que buscam recursos, e além de buscá-los de fora, as empresas em si deixam o quinhão que cabe a cada empresário, dentro da lei, para poder repassar a ONGs e entidades devidamente registradas. Este é o nosso propósito, esta é a nossa iniciativa, para que possamos mostrar para a sociedade e para os empresários, que eles têm um meio legal de nos ajudar. Principalmente no que diz respeito a nossa saúde, com relação à Santa Casa, diretamente. Faremos tudo aquilo que for possível, com relação ao encaminhamento de projetos devidamente elaborados, pois a ONG já está com profissionais que sabem fazê-los e sabem buscar recursos”, destacou Binsfeld (foto).

 A Santa Casa deixou de ser uma esperança, para ser uma possibilidade

“O objetivo deste fórum liderado pelo Poder Judiciário, aqui em Livramento, é exatamente conhecer a realidade da saúde. Tenho que dizer que ela está sendo totalmente reformulada, funcionalmente. Queremos que o paciente, na Santa Casa, receba um tratamento digno, através de aplicação de técnicas capazes de diminuir o seu sofrimento. Agora, o que nos incomoda é um passivo estimado em R$ 23 milhões, que já está sendo tratado em Porto Alegre, por um grupo de advogados, com vistas ao entendimento das ações pelas quais foi gerado. A Santa Casa hoje é uma realidade, do ponto de vista do desenvolvimento de pessoas, tecnológico, de aproximação da comunidade. Ela deixou de ser uma esperança, para ser uma possibilidade”, disse o diretor-geral da Santa Casa, Adolfo Bitencourt Ferreira.

“Os postos de saúde não estão dando atendimento às gestantes”

“Nosso propósito inicial, que seria promover a aproximação do Poder Judiciário com a classe médica, creio que alcançamos. Às vezes, encontramos uma dificuldade em dar a prestação jurisdicional de algum medicamente solicitado, algum tratamento, e necessitamos que um médico explique o porquê dele estar receitando para um determinado paciente um medicamente fora da lista do SUS – Sistema Único de Saúde. Em algumas situações o médico não entendia isso. Então, penso que essa nossa tentativa de tornar o Judiciário mais próximo da classe médica serviu para que eles pudessem entender porque, em algumas circunstâncias, determinávamos uma intimação para poder dar o tratamento ao paciente. E acredito que este objetivo foi atingido.
Só que durante as nossas reuniões, chegamos à conclusão de que os médicos também tinham seus problemas, e não somente eles, mas também a Santa Casa. Ou seja, a questão da saúde no município é muito complexa. Portanto, qualquer solução que venhamos a buscar para esta situação, temos que iniciar discutindo neste grande grupo. No momento que tu tens conhecimento dos problemas que várias pessoas apresentam, e se coloque à disposição para discutir a respeito, a solução virá. Penso que a comunidade deve começar a entender e a valorizar isso, assim como a própria criação desta ONG, que está sendo pensada por pessoas ilibadas, sérias, honestas, comprometidas com o bem da comunidade. Não ficou definido nada com relação àquilo que poderia ter sido resolvido a curto prazo, mas um problema sério que vejo atualmente é a falta de atendimento pré-natal às gestantes que residem na periferia da cidade. Os postos de saúde não estão prestando atendimento a elas, e isso é vergonhoso para o Município. E o que acontece é que estas gestantes acabam todas chegando à Santa Casa já quase tendo o seu filho, o que, segundo informação que recebi hoje de um dos médicos obstetras, fez com que, inclusive, aumentasse o índice de mortalidade de crianças recém-nascidas”, explicou a juíza Carmen da Fontoura (D), ao lado da defensora Luciana Guerra e da procuradora Fernanda Louzada (E) (foto acima).

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