Morador reclama do surgimento de cobras às margens do arroio Maragato
Cruzeira de mais de um metro foi capturada nos fundos de uma residência, na rua Pedro Alencastro, na região da Praça Artigas
A cobra foi capturada pelo morador Levi Silveira, nos fundos da casa que fica às margens do Maragato
Possivelmente, a sujeira que vem se acumulando ao longo do arroio Maragato esteja propiciando um novo habitat para animais venenosos e peçonhentos, como cobras, que procuram ambientes úmidos e com animais menores, como roedores.
É o que está sendo constatado por moradores que residem às margens do Maragato, nos fundo do campo que pertence à 2ª Bateria de Artilharia Antiaérea – BiaAAAé.
Segundo um deles, Levi Silveira, de 76 anos, o surgimento de cobras, como a Cruzeira, vem se repetindo nos fundos do terreno da sua residência, onde também passa o arroio. “Essa semana capturei esta cruzeira (foto), de cerca de um metro e 20 de cumprimento. Ela estava bem próxima de casa. Outro dia também avistei outra, maior ainda, mas ela acabou indo embora”, contou o morador.
Como um conhecedor do pampa, seu Levi ainda destacou que as Cruzeiras são animais mansos e que normalmente procuram as margens dos rios e arroios para se alimentarem. “Esta sujeira do Maragato junta tudo que é tipo de bicho, como ratos e sapos, e as cobras acabam procurando comida. Aqui, todos se queixam, são cinco terrenos, os quais a sanga já tomou conta de metade. Os muros caíram e comunicamos à Prefeitura, mas já faz mais de ano e nada foi feito”, destacou.
Conforme o comandante do Pelotão Ambiental da Brigada Militar, tenente Ademir Dagoberto Bandeira Loureiro, a cobra Cruzeira é uma das mais venenosas da região. “Felizmente, em cerca de 90% dos casos, as pessoas picadas por cobras conseguem se salvar. Apesar de perigosas, em Livramento não há muitos relatos de acidentes com este tipo de animal”, destacou o tenente, alertando à comunidade que a melhor saída para evitar que elas cheguem às proximidades das residência é manter o local limpo.
Os profissionais que trabalham no Pronto-Atendimento da Santa Casa confirmaram que o local está preparado para atendimento de acidentes com cobras e que o setor possui o soro antiofídico.
Esta serpente possui uma coloração marrom escuro, com desenhos em forma de gancho de telefone. Mede aproximadamente 1,5m. Encontrada em vegetação rasteira, perto de rios e lagos ou plantações. Sua picada causa muita dor local, podendo haver sangramento também nas gengivas ou em outros ferimentos pré-existentes.
É encontrada nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.
É também encontrada principalmente em zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). As picadas de cobra Cruzeira são responsáveis por cerca de 20% dos envenenamentos em nosso País.
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As cruzeiras podem causar problemas neurologicos na pessoa picada