CPMI DO CACHOEIRA

Conforme se sabia desde o início, a CPMI que investigou as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governantes e parlamentares foi para a o vinagre. Isto é, azedou e vai para a prateleira ou, como queiram, para o arquivo do Congresso, sem resultado algum. É bom ressaltar que se trata de uma CPMI, reunindo deputados federais e senadores, logo uma investigação parlamentar do Congresso nacional.

Mesmo que tenha provocado alguma esperança, a CPMI e seus escândalos relacionados se chegasse a uma conclusão que exigisse uma investigação do Ministério Público talvez atingisse gente que ainda vive na mais absoluta impunidade.

O relator oficial da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), não vai indiciar ninguém ao que tudo indica o seu comportamento. Já os parlamentares que faziam oposição ao grupo governista que controlou desde o início da investigação pretendem fazer um relatório paralelo com alguns indiciamentos.

Na verdade, o que vale mesmo é o relatório oficial, chapa branca, sem comprometer ninguém, mas o relatório paralelo tem resultado político na mídia e – quem sabe? – motivar a Procuradoria Geral da República a promover alguma investigação diante do que será apresentado.

Os integrantes da CPMI Pedro Taques, Randolfe Rodrigues, Miro Teixeira, Rubens Bueno e Onyx Lorenzoni, considerados independentes redigiram um relatório que solicita à PGR uma investigação na origem dos recursos saídos da Construtora Delta para empresas fantasmas. Eles querem que o governador Sérgio Cabral e José Serra sejam investigados.
Serra e Cabral foram citados diversas vezes nas reuniões da CPMI. O tucano por ter ligações com Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, arrecadador de campanha do PSDB e o governador do Rio por ter uma relação suspeita com o dona da Delta, Fernando Cavendish.
O relatório paralelo, provavelmente, não terá prosseguimento e a CPMI apenas vai provar que investigações parlamentares nunca chegam a lugar algum. A CPMI do Cachoeira foi instalada para provar o que o cidadão brasileiro pensa a respeito de CPIs: elas terminam em pizza.

MARCOS VALÉRIO (1)

Segundo o jornalista Carlos Newton, a defesa de Marcos Valério insiste em requerer que ele seja considerado réu colaborador, para que suas penas sejam diminuídas. Em setembro, ele chegou a pedir a delação premiada, mas esse benefício não é concedido depois do julgamento iniciado. Valério diz que poderá dar detalhes do esquema do mensalão e de outros casos, como a morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André, mas até agora ficou apenas na ameaça.

MARCOS VALÉRIO (2)

O chefe operacional da movimentação financeira do mensalão está apavorado com a possibilidade de ir para a cadeia. Ele já disse que até preferia morrer, caso voltasse para trás das grades. Quando esteve preso sofreu violências físicas que deixaram marcas na sua vida que lhe provocam lágrimas quando fala sobre isso.

MARCOS VALÉRIO (3)

Outro jornalista, Pedro de Couto, vê assim a vida atual de Valério: “Marcos Valério, tornou-se personagem de uma trama, como bons filmes de mistério, sobre quem recaem todas as acusações. Temendo ser condenado solitariamente, pois pode ser essa a estratégia de outros acusados, ele ameaça falar o que diz saber. E quer ser incluído na lei de proteção as testemunhas. Cria-se assim uma situação curiosa, ele é acusado e testemunha de acusação ao mesmo tempo. Não deseja, no final da ópera, ser o único punido de fato, uma vez que as condenações contra ele se acumulam.”

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