Representantes do Cpers se manifestam sobre demissões de contratados e também sobre a questão da “enturmação”

Para os entrevistados, professores e alunos estão sendo prejudicados

Juca Sampaio e Neimar Quines Costa em visita a redação do jornal A Plateia

Duas questões atuais levaram os representantes do Cpers em Livramento e região a se manifestarem sobre dois temas que têm feito parte da pauta de assuntos, no que se refere à educação estadual.

O professor Juca Sampaio, que faz parte da direção do 23º Núcleo do Cpers, e Neimar Quines Costa, diretor regional do Cpers, procuraram a redação do jornal A Plateia e expuseram sua visão sobre a “enturmação” de alunos e também sobre a demissão de contratados. “O governo do Estado está demitindo professores contratados, alegando a necessidade de racionalização dos recursos humanos. Isso, no nosso entender, é algo que não condiz com o objetivo do atual governo, já que ele foi eleito justamente por se contrapor ao governo Ieda e, agora, está aplicando a mesma política que classificou como nefasta para a educação, na época da eleição. Porém, no nosso entender, está agindo até pior, porque todas essas políticas que estão sendo implementadas são através de decretos e atitudes arbitrárias”, destaca Neimar Quines. 

Sobre a “enturmação” de alunos 

Sobre a “enturmação” de alunos, Quines destacou que a partir do momento em que um aluno troca de turma, tem todo um período de adaptação. Se ocorrer, esse processo pode comprometer o desenvolvimento do aluno. “Isso, com certeza, vai refletir no último ano do ensino médio, quando o aluno está com uma carga emotiva muito grande. É um estágio em que ele vai se envolver com vestibular, com Enem e dar continuidade à vida estudantil”, complementa.

Já o professor Juca Sampaio destacou que a política da “enturmação” “está recebendo aplausos da secretaria, mas já foi criticada até mesmo pelos próprios aliados da atual gestão estadual, que é a secretária Marisa Abreu. Eles estão repetindo a mesma política. Querendo, com palavras novas, expor velhos truques para tentar resolver problemas na área pública“, afirmou. 

Salários 

Neimar acrescentou que existem vários casos de contratados que estão com salários atrasados. “Temos casos de professores que foram contratados pelo Estado e até hoje não receberam sequer um centavo, foram admitidos sem o devido processo legal. Isso acontece porque muitos deles não finalizam todo o processo necessário para o ingresso no serviço público, ou seja, não realizam exame médico, comprovando que estão habilitados física e mentalmente para exercer o cargo para o qual estão sendo admitidos. Para nós, do Cpers, o Estado não tem a mínima preocupação com a educação”, completa.

Ao concluir, o professor Juca Sampaio desabafou: “Eu gostaria de destacar o porquê deste meu apelo ao jornal A Plateia, que é a mídia de maior expressão de toda região. Estamos com uma categoria doente, em razão de sucessivos governos que, de forma mentirosa, rasgaram seu discurso e tentaram destruir a figura do professor.

Temos conhecimento de uma pesquisa que mostra que as doenças da profissão são alarmantes. Segundo esta pesquisa, 4,5% dos professores tem tido ideia de tirar a vida, 6,9% dos professores se acha uma pessoa sem préstimo, 72,5% sente-se nervoso, tenso ou preocupado, 47,3% dos professores cansa com facilidade, 49,3% dorme mal, 49% tem dores de cabeça frequentes, 9,2% é incapaz de desenhar um papel útil em sua vida. Estas e outras constatações estão nesta pesquisa, que nos foi disponibilizada”, finalizou Juca Sampaio. 

Por Leo Silveira
leo.aplateia@hotmail.com

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