Ofertas de vagas de emprego para deficientes devem ser analisadas

Cadeirantes são os principais excluídos, por falta de acessibilidade no transporte nos locais de trabalho

A assistente social Isabel Costa Terres é responsável pela avaliação das empresas e dos candidatos às vagas

O Sine divulgou nota destacando que há vagas para pessoas portadoras de deficiência. Segundo a nota, assinada pelo Assistente Administrativo Rivalcir Baluta, “o tema inclusão é falado em todos os meios de comunicação, sendo que temos diversas vagas para estas pessoas e praticamente nenhum candidato. As vagas estão em aberto e não são preenchidas por falta de candidatos”. Para descobrir o real motivo desta baixa procura, foi feito contato com a assistente social da Associação Santanense dos Deficientes Físicos – Assandef, Isabel Costa Terres. “Eu faço o encaminhamento das pessoas com deficiência, mas atendo aqui na Assandef a procura de ambas as partes, tanto das empresas, quanto das pessoas”, destaca.

A assistente relata que muitas pessoas são encaminhadas para o trabalho e que a procura por parte das empresas também é muito grande. Porém, os cadeirantes são as pessoas que mais têm dificuldade de encontrar colocação no mercado de trabalho, seja por falta de ambientes adaptados para a necessidade, seja pela falta de transporte apropriado, uma vez que Livramento não tem ônibus adaptados para o transporte de cadeirantes – apesar de muitas empresas estamparem o selo de acessibilidade para cadeirantes nos para-brisas de seus veículos. “Temos empresas que querem contratar um deficiente, mas em algumas delas, as cadeiras sequer passam da porta de entrada dos prédios. “Um significativo número de empresas faz um programa de inclusão das pessoas, mas de certa forma exclui algumas pessoas deste processo”, completa.

A opção das empresas é basicamente por pessoas com a mínima deficiência, que não tenham, principalmente, o seu deslocamento comprometido por sua deficiência. Somada a isso, está a questão das pessoas que recebem benefícios sociais, perdido a partir do momento em que a pessoa portadora de deficiência arruma emprego. O benefício é para aqueles que não podem prover seu sustento ou não serem providos por sua família. “A partir do momento em que essas pessoas ingressam no mercado de trabalho, correm o risco de não se adaptarem às funções e terem que deixar a empresa e perder também seu benefício. Até porque, hoje, os médicos estão bem mais criteriosos na hora de conceder o benefício aos portadores de deficiência. Antigamente, até por deficiência auditiva as pessoas recebiam benefício. Atualmente, dificilmente isso aconteceria”. 

Advertência 

Empresas estão sendo advertidas por não cumprirem a cota de funcionários e têm procurado seguidamente a entidade, que dá todo o suporte para a empresa contratar, em questões pontuais, como a atividade que a pessoa poderá desenvolver e cargo que vai ocupar. Estas pessoas são contratadas para trabalharem como qualquer outro funcionários, mas têm suas limitações, e essas considerações não podem ser deixadas de lado.

A assistente social destaca que, infelizmente, a maioria das empresas está contratando apenas porque foram chamadas pelo Ministério do Trabalho e obrigadas a cumprir a lei de cotas. “As empresas que hoje estão desesperadas por contratar portadores de deficiência estão, em sua maioria, interessadas em contratar, e não fazer, de fato, um programa de inclusão. Mas isso não acontece na totalidade das empresas. Temos muitos casos positivos. Mas, a partir deste fato, é que há à disposição, no Sine, um grande número de vagas”, finaliza. 

Por Leo Silveira
leo.aplateia@hotmail.com

 

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