Implantação de free shops é vista com otimismo

Contrariando o pessimismo de alguns segmentos, o empresário Raiman Baja destaca que os free shops brasileiros devem alavancar as vendas deste lado da Fronteira e trazer à tona uma nova realidade

Diante da iminente sanção por parte da presidente da república Dilma Roussef, da lei que autoriza a criação dos free shops brasileiros em zona de fronteira, a expectativa de empresários santanenses parece apontar para um futuro promissor para a questão, na esperança de que o mercado se torne atrativo para os turistas estrangeiros, oportunizando mais empregos e ainda uma nova realidade social para Fronteira, principalmente do lado brasileiro.

Segundo o empresário e advogado Raiman Baja, que possui lojas dos dois lados da Fronteira, qualquer ação que seja feita para beneficiar a cidade, vai ter um retorno positivo e de melhorias para Livramento. “Nós temos vários pontos de vista, inclusive de pessoas criticando o projeto e as ações, sendo muito pessimistas com a questão. Mas o que posso falar sobre isso? Para mim, atualmente, o comércio na Fronteira não está mal. As lojas que estão inovando e se qualificando em atendimento, produtos e ainda em condições de pagamento, posso te dar certeza que estão tendo um crescimento, trabalhando bem e empregando pessoas, enfim, progredindo”, destaca inicialmente. Apesar disso, o empresário relata que existem várias empresas que trabalham com certo pessimismo em relação ao fato, destacando, inclusive, que a cidade já teve em certa oportunidade, uma condição de trabalho semelhante, e que não rendeu o esperado, o que gera, neste momento, certa desconfiança.

Apesar disso, o empresário destaca que sua visão é diferente e totalmente positiva. “Analisando a questão dos free shops, e com as minhas empresas especificamente, se hoje eu tenho um faturamento determinado por ‘X’, sei que depois da implantação dos free shops este faturamento será representado por ‘4X’, porque não vamos deixar de atender a todo o público brasileiro que atendemos, com os produtos e as condições de pagamento e fidelização de clientes, que são os nossos compradores hoje, e ainda passaremos a atender um novo filão de clientes, que são os estrangeiros, com os nossos produtos isentos de impostos, que serão aqueles que poderão consumir em nossos free shops”, complementa. Não só os produtos brasileiros, mas os de origem do Mercosul e do mundo todo serão vendidos nestes free shops. Este será o grande atrativo, devido aos baixos valores que serão aplicados nestes produtos, em consequência da baixa incidência de impostos sobre os mesmos. Raiman destaca que existem pontos positivos e negativos na questão envolvendo este tipo de comércio, e que o principal ponto negativo em relação à implantação do sistema de free shops, com venda de produtos somente para estrangeiros, é justamente a perda do principal consumidor de produtos importados: os brasileiros. “Para o bom andamento do projeto, nós perdemos o melhor cliente do mundo, que é o brasileiro. Perdemos para que o nosso projeto não prejudicasse as cidades vizinhas, ou seja, se eu pudesse vender para brasileiros, Dom Pedrito não iria mais vender, Rosário não iria mais vender, pois todo o pessoal da volta viria consumir aqui na Fronteira. Estaríamos indo contra o comércio interno, e esse não é o nosso interesse”, explana. Para ele, o objetivo principal é alavancar a Fronteira, que está adormecida, descuidada e em uma concorrência desleal em relação a Rivera, alavancando este projeto com benefícios próprios e sem prejudicar o comércio local e ainda beneficiando a indústria nacional. “Se nós vendermos aqui para uruguaios, argentinos ou pessoas de outros países, que não o Brasil, não estaremos prejudicando as cidades brasileiras vizinhas e ainda teremos maior poder de oferta em relação aos free shops uruguaios”.

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