Valores que não se perdem com o tempo
Na Semana da Pátria, professores redobram os esforços para repassar aos alunos os valores cívicos que serão fundamentais no complemento da sua formação
“A cidadania e os valores são formados desde a infância, e certos hábitos, que cultivamos aqui na nossa escola, são fundamentais, e os trabalhamos sempre”. Há vinte e dois anos lecionando no mesmo educandário, a escola Olavo Bilac, a professora Jussara dos Santos Cacildo Silva, diretora há doze anos da instituição, integra um seleto grupo de professores que entendem a necessidade da preservação dos hábitos relacionados ao chamado civismo. Nas tardes em que o Brasil celebra a sua semana da pátria, período que antecede as comemorações de sua data máxima, a independência, celebrada no próximo dia 07 de Setembro, não é raro encontrar os alunos cantarolando pelos corredores, não só o hino nacional brasileiro, mas também o hino da escola. Ao contrário de muitas instituições que têm apenas a Semana da Pátria como espaço reservado ao culto dos símbolos nacionais, na escola Olavo Bilac a diretora garante que o sistema é diferente.
“Os hábitos de respeito ao cidadão, de direitos e deveres, de responsabilidade, são trabalhados sempre. Fazer com que os nossos alunos entendam que o trabalho precisa ser feito desde tenra idade é uma missão que certamente trará resultados positivos no futuro. Aqui na escola, todas as segundas-feiras, temos atos cívicos. Os nossos alunos ainda fazem as orações todos os dias em sala de aula. Realmente, alguns comportamentos são levados a diante, à moda antiga, mas com visão moderna, pois entendemos que valor não sai de moda. Temos os avanços, a informatização, somados à educação, mas não esquecemos a raiz , a essência. Assim, valorizamos o principal: o respeito e o amor, e isso não sai de moda nunca”, afirmou a diretora.
Ao longo de toda a semana, os alunos seguiram a tradição de hastear e arriar as bandeiras, sempre cantando o hino da escola e o hino nacional brasileiro. A atividade, segundo a diretora, também tem como foco reforçar os valores que precisam estar impregnados na formação dos cidadãos, que em pouco tempo irão ganhar o mundo.
“Eu aprendi com meu pai”
Cruzando o pátio da escola, tão logo teve fim a solenidade de arriamento da bandeira do Brasil, na tarde da última terça-feira, a pequena Clara Beatriz, de apenas 9 anos de idade, estudante da 4ª série do Ensino Fundamental da Escola Olavo Bilac, trazia dobrada entre os braços o que para ela parecia ser o maior tesouro que já carregara em toda a sua vida. Como se fosse uma caixa recheada de tesouros, o brilho nos olhos deixava claro que a missão, cumprida em pouco mais de vinte metros, era, naquele momento, a mais importante de sua história. Nos braços da pequena Clara, a bandeira do Brasil era carregada como se fosse a sua boneca mais apreciada, a preferida, a idolatrada. Com sorriso farto e doce, a menina, ao ser questionada sobre a importância daquele ato, respondeu com extrema desenvoltura: “Aprendi com meu pai a cantar em casa o hino da escola e o hino nacional. Ele estudava aqui nessa escola e já havia me ensinado o quanto isso tudo é importante”, disse Clara Beatriz, antes de seguir sua caminhada orgulhosa e solene ao interior do prédio que abriga talvez mais do que uma simples escola, mas o celeiro de grandes cidadãos.
texto e fotos CLEIZER MACIEL
cleizermaciel@jornalaplateia.com