O Prejuízo das Drogas

Fui um guri como todos os outros,criado num bairro pobre de Santana do Livramento.Mas os tempos eram muitos diferentes destes que estamos vivendo.Nossas brincadeiras de guri não transgrediam as normas de comportamento traçadas por nossos pais e professores.Minha turma, da esquina da rua Duque de Caxias com a Hector Acosta,tinha total identificação com o futebol.Jogávamos todos os dias,onde fosse possível,mas com mais frequencia na própria rua,com bola de meia ou de borracha, que chutávamos em direção a uma meta sinalizada com pedras,muitas vezes no meio do barro.Só mais tarde,quando já tínhamos completado treze, quatorze anos,íamos para um campo parecido com os utilizados pelos jogadores profissionais dos clubes da cidade ou para o Estádio Municipal,próximo do Sétimo Regimento de Cavalaria.As brigas eram muito raras porque o importante não era vencer ou perder,mas passar o tempo fazendo o que gostávamos.Depois de horas de envolvimento com a bola, já quase ao entardecer,voltávamos para casa,onde tomávamos banho, comíamos qualquer coisa e íamos dormir,sem preocupações nem pesadelos.Ou,então, ficávamos até mais tarde conversando nos portões das nossas casas,sob o olhar dos mais velhos,em constante vigiliatura.Não lembro que exitisse no meu grupo um guri viciado em cigarro ou bebida alcoólica.Quanto a drogas mais pesadas,nem pensar. Era clara a fronteira entre a prática do esporte e qualquer vicio que prejudicasse nossos corpos em formação.Eu mesmo jamais coloquei um cigarro na boca,até porque considerava ridículas as pessoas que tinham o hábito de fumar, principalmente nas ruas,soltando fumaça para todos os lados.

Mas, os anos rolaram, e tudo se modificou, com uma mudança para pior nos hábitos dos adolescentes.Como num filme de terror,repetido diariamente,um numero crescente de meninos e meninas ingressam no mundo das drogas , para uma viagem sem volta.E os governos se mostram impotentes para impedir que a praga se alastre,destruindo vidas e famílias,mas fazendo a fortuna de espertalhões, que enriquem a custa de tantas tragédias individuais.E a minha preocupação não é com os adultos viciados, porque esses bem ou mal conhecem o terreno onde pisam. Eu me desespero quando vejo, numa esquina,sem medo de qualquer punição,jovens consumindo maconha, conhecida porta de entrada para drogas mais prejudiciais ao organismo.Aliás, quem defende a descriminalização do consumo da maconha deveria se interessar pelo que dizem cientistas da Inglaterra e dos Estados Unidos.Após demorada pesquisa, constataram que a maconha, usada antes dos l1 anos, acarreta sérios prejuizos para a memória e a inteligência.Antes dos 18 anos, o cérebro, que ainda está sendo modelado para se tornar mais eficiente,é muito vulnerável aos danos causados pela maconha.É uma imbecilidade,portanto,afirmar-se que a maconha é inofensiva.O alerta tem que ser levado à sério. Pesquisa recente tambem mostrou que dos oito milhões de brasileiros que já consumiram maconha,mais da metade fez isso antes de completar 18 anos. E, desgraçadamente, 37 por cento do total são dependentes de drogas.Então , nenhum adulto responsável, que respeite a vida e queira um futuro feliz para seus filhos e netos, pode ser a favor da maconha. E a sua obrigação é se somar ao esforço para impedir que meninos e meninas brasileiros se tornem dependentes de drogas.Nós precisamos construir o Brasil do amanhã com homens e mulheres sadios e não com zumbis, que se arrastam pela vida,sem um pingo de dignidade

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.