Lendário Lenço Branco
É na mitologia grega que busco sentido ao nosso velo de ouro dos pampas, o Sgt. Velocínio. Conta-se na lenda que tal velo estava pendurado num carvalho sagrado e que Jasão precisava recuperar o velo para assumir o trono em Lolco, termina a lenda do carneiro sacrificado transformado na constelação de Áries no céu.
Pois bem, “Flor Bagual” livro de fina estirpe cultural do tradicionalismo da nossa cidade é metamorfoseado caprichosamente em lendárias palavras gauchescas. Selecionadas durante 40 anos para ser néctar da nossa flor de campo e ouro do animal que habita em nós. Diz ele: “Busquei o elo entre flor e bagual. Flor – parte de um vegetal que contém um dos órgãos reprodutores ou ambos. Bagual – arisco espantadiço. Semelhante a Musa que chega, fica um pouco e ariscamente se vai.” Detalhe, a capa foi feita por mim em 1974, quando do serviço militar sob seu comando lá no 7º RC Mec.
Velocínio Silveira, (Lenço Branco) dispensa apresentação porque ele não tem idade, tem imortalidade, não só pela pessoa autentica que é, mas principalmente pela sua obra, leitura indispensável a todos aqueles que se dediquem ao tradicionalismo de límpida vertente. É um trabalho que se lê com o mais vivo interesse pela palavra que toca como música em nosso coração.
O livro é uma bigorna, no qual foi malhado cada verso como um gaúcho malha a ferradura para o seu melhor amigo. Nele, o amigo é o cidadão gaúcho, aquele que se acende e se apaga por um coração que chama pelo nosso chão, a pátria dos “Heróis Anônimos”, muito bem colocado num dos poemas cujo verso final é uma oração: …Que os moços herdeiros da História Sagrada/Cerneada na forja do fogo do amor/Não cruzem os braços e homens os traços/Dos “taitas” talhados com sangue e suor.
Carlos Alberto Potoko
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