Amor de infância que já dura mais de 34 anos

João e Eni se conheceram na infância e ontem comemoraram Bodas de Oliveira 

O casal Eni e João se conheceu na infância, em uma brincadeira de criança

Quem acompanhou o início da novela da Rede Globo, Avenida Brasil, conheceu a história das crianças Rita e Batata, que, em meio às brincadeiras, uniram-se em um casamento realizado pelos próprios amiguinhos. Os anos passaram e o amor deles resistiu ao tempo.

Muitos podem pensar que histórias assim são fruto da imaginação de autores criativos. Porém, não muito longe, na própria Sant’Ana do Livramento, há mais de 34 anos, Eni de Mello Siqueira (53 anos) conheceu João Mello Siqueira (56 anos), quando tinha aproximadamente 9 anos de idade. “Fui brincar na casa de parentes e o João estava lá. Em meio à brincadeira, realizamos o nosso casamento”, conta Eni, que atualmente é acadêmica do curso de Gestão Pública da Unipampa.

Porém, o casamento foi esquecido naquele quintal e somente cerca de seis anos depois o casal foi se reencontrar. “O João tinha ido morar em outra cidade. Quando voltou, nos reencontramos, com cerca de quinze anos de idade”, continua Eni. As nossas famílias nunca souberam dessa história, vão saber hoje, pelo jornal!”, completa Eni.

Quando completaram 18 anos, Eni e João casaram-se. Mas, dessa vez, a cerimônia foi oficial e o casal uniu-se verdadeiramente, e, desta união, nasceram cinco filhos.

O casamento aconteceu no dia 4 agosto de 1978. O casal morou por diversas cidades desde então, como Porto Alegre, Goiânia, onde tiveram uma loja de decoração. “Tivemos muitos altos e baixos, mas costumo dizer que não acredito no amor numa cabana, mas acredito numa cabana com amor, porque suportamos muita coisa juntos”, justifica.

“Não existe relação perfeita”

O casal respeita o espaço do outro e acredita que a tolerância é a chave para uma relação duradoura

Questionada sobre qual a receita para uma relação duradoura, Eni responde que não há relação perfeita, assim como não há emprego perfeito. E temos que saber lidar com isso. A universitária esclarece que não é tudo nele que ela gosta, e nem tudo nela que agrada a ele, mas as qualidades se sobrepõem aos defeitos. “Mudamos fisicamente, mas pretendemos envelhecer juntos. Ele é parceiro, companheiro, e nunca pedi mais do que ele pode me dar, tanto no sentido material, quanto no sentimental. Geralmente, a gente cria uma ilusão, mas o príncipe encantado vira sapo tão rápido porque mistificamos muito uma relação. O princípio de tudo é respeitar a diferença. Não é se apropriar da pessoa e querer que ela aja e pense como você”, descreve.

O companheirismo do casal é evidente: os dois são noveleiros, brigam raramente e João apoia os estudos de Eni, levando-a todos os dias para a faculdade e esperando que sua aula acabe para que ambos voltem para casa.

Perguntada sobre qual a sua opinião sobre as relações de hoje em dia durarem pouco tempo, Eni acredita que isso se deva ao fato de ninguém mais querer tolerar o outro. “As pessoas querem impor a sua vontade e não conquistar o outro. As pessoas já vão predispostas a se separar na primeira dificuldade. Nas outras relações, como profissionais e de amizade, percebo isso também, que não existe mais essa doação”, enfatiza.

Os planos de Eni e João são de viver juntos para sempre. “A gente até brinca que quando um dos dois morrer, o outro vai se sentir sozinho e ir junto, mas eu brinco que ainda não inventaram caixão de casal!”, diverte-se Eni.

Quando contam sua história para conhecidos, a reação normal das pessoas é tomar o casal como exemplo, mas Eni ressalva: “Não somos exemplo, somos humanos”.

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