Em 10 anos de vazamento, reservatório do DAE desperdiçou

90 milhões de litros de água

Com uma estimativa de perda diária de cerca de 25 mil litros, 91 milhões, duzentos e cinquenta mil litros de água já foram jogados fora em dez anos de vazamento

Desde o surgimento do planeta Terra, a água é o elemento mais importante para a sobrevivência de seres de todas as espécies. O crescimento da população em distintos lugares do planeta tem revelado que esse líquido tão importante, presente desde o início dos tempos, está com seus dias contados. Sendo assim, não mais é permitida qualquer espécie de desperdício, seja em lugares onde ainda existe água em abundância, muito menos nas localidades onde ela é fruto de disputas armadas. Deitada em berço esplêndido, Sant’Ana do Livramento tem no seu subsolo uma das maiores riquezas do planeta, ou seja, água em quantidade capaz de abastecer com plena tranquilidade toda a sua população, por muitos anos. Porém, esse dado não significa uma passagem aberta ao desperdício.

Com esse pensamento, moradores da vila Marim, no Prado, acionaram a reportagem da rádio RCC FM e jornal A Plateia na manhã de ontem, para denunciar um caso de desperdício de água, justamente em um dos pontos de captação deste recurso nas instalações do DAE – Departamento de Água e Esgotos. No local, a constatação da quantidade de água que está sendo jogada fora por um cano que liga direto a caixa com um córrego existente nas proximidades. A vazão, visível a longa distância, apresenta-se como se fora o próprio lamento da água, pura, tratada, que sabe que está sendo jogada fora e cairá, apenas a alguns metros dali, em um local já completamente contaminado pela grande quantidade de lixo. Assustados com o desperdício, os moradores da região pedem que seja dada uma explicação para a falta de solução para um problema que, segundo eles, já se arrasta há mais de oito anos. Além do cano por onde jorra água já tratada em abundância, uma rachadura na mesma caixa d’água, e vazamentos verificados nos canos, também estão entre os fatores que contribuem para o desperdício.

Sem poder ser reaproveitada, apenas alguns metros, e minutos depois, a mesma água desperdiçada se mistura a poluição existente nas proximidades do local

Água no mundo

A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.

Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribução é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.

O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas – o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.

O que diz o DAE?

Consultado na tarde de ontem sobre o problema apresentado pelos moradores da vila Marim, o diretor-presidente do Departamento de Água e Esgostos de Sant’Ana do Livramento, João Carrets, disse já ter sido informado do caso. De acordo com ele, o problema no local já existe há cerca de dez anos. João Carretes destacou, no entanto, que o material  necessário para a realização dos consertos já foi encomendado e virá do estado de São Paulo. “É material especial e que nos foi indicado pelo pessoal da Usina Eólica. Já usamos um pouco aqui na sede do DAE, nos reservatórios, e já mandamos buscar mais. Na próxima semana, com a chegada do material, vamos agendar o dia para realizar o conserto”, disse ele. Segundo o diretor do DAE, por dia, em média 25 mil litros de água são desperdiçados no local.

De acordo com o diretor-presidente do DAE,
João Carrets, as rachaduras econtradas no local
e que não evitam o vazamento, há cerca de dez anos, serão consertadas na semana que vem

Na região do Registro, reservatório do DAE chamou a atenção dos moradores, que pedem solução imediata para conter o fluxo de água já tratada
que está sendo desperdiçada diariamamente e que escorre para local poluído

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